Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana
Em 1991, o Brasil conheceu a advogada
Jorgina de Freitas, integrante de uma quadrilha que, durante muitos anos,
drenou um caudal de dinheiro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): em
valores de hoje, foram desviado cerca de R$ 2 bilhões.
A quadrilha era encabeçada pelo juiz
Nestor José do Nascimento, da 3ª Vara Cível de São João de Meriti, na Baixada
Fluminense. E incluía advogados e procuradores do INSS, além de um contador
judicial, que calculava indenizações até 60.000% maiores.
Embora haja ficado milionária, Jorgina
não foi quem mais enriqueceu com a fraude. Ela só ganhou maior notoriedade,
inclusive emprestando seu nome ao escândalo (conhecido como Caso Jorgina) por
haver fugido do Brasil e sumido por cinco anos, período no qual fez várias
plásticas: mudou a aparência mas não escapou de ser recambiada e presa,
cumprindo pena pelos crimes.
Existe a crença, que parece óbvia, de
que a Previdência vem sendo fraudada desde que o INSS foi criado. Tem, no
mínimo, verossimilhança. Afinal, onde há muito dinheiro, cresce a cobiça dos
larápios. E o INSS movimenta uma montanha de dinheiro.
Faz todo sentido, pois, que o governo
haja editado uma Medida Provisória (MP) para o fim de coibir fraudes nos
benefícios do INSS. Depois da aprovação na Câmara, a MP chegou ao Senado e foi
igualmente aprovada. E é aí que ocorre o inacreditável: 12 Jorginos votaram
contra a MP. Presumivelmente, 12 senadores não querem que o INSS seja submetido
a um pente fino, nada de combate à corrupção.
Ora, seria natural que alguém visse
defeitos na MP e propusesse formas de melhorar o combate às fraudes. Mas ter
votado contra já é outra coisa. "Essa proposta quer fazer revisão para
cortar dos pobres, de quem precisa. Essa revisão poderá gerar possíveis
injustiças", disse o senador Humberto Costa, líder do PT.
Ah, quer dizer que, para Humberto
Costa, fraude praticada por pobre é lícita? Decerto ele não sabe que, no Caso
Jorgina, os desvios eram realizados nas áreas de concessão de benefícios e de
assistência médica, utilizando, inclusive, nomes de pessoas mortas. Sim, os
pilantras se apropriavam dos benefícios de gente pobre, calculando errado, maximizando
os valores e embolsando o dinheiro.
Na real, o líder petista só aceitaria
uma MP para combater sonegação de empresários, insinuando que o governo tolera
os maiores desvios - o que é falso, evidentemente!
Convém que o público, que é o
verdadeiro prejudicado pela roubalheira, aprenda a enxergar esses Jorginos e
deles se lembre nas próximas eleições.
É para que sejam conhecidos e jamais
esquecidos que aqui estão os nomes desses filhos da pátria:
Angelo Coronel (PSD-BA), Eliziane Gama
(CIDADANIA-MA), Humberto Costa (PT-PE), Jaques Wagner (PT-BA), Otto Alencar
(PSD-BA), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues
(REDE-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Rogério Carvalho (PT-SE), Veneziano Vital
do Rego (PSB-PB) e Zenaide Maia (PROS-RN).
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
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