Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato
Sant’Ana
Quando Manuela D'Ávila surgiu no
cenário político de Porto Alegre, gente adulta ("ma non troppo")
entrou no embalo da gurizada - o grosso de seu eleitorado - para eleger a
"novidade". Afinal, uma jovem idealista, tão ousada e, para cúmulo,
bonitinha. Não seria uma renovação da política?
É inútil cogitar, agora, o que possam
estar "pensando" seus eleitores, quando Manuela - como ela mesma
admitiu - está, de algum modo, envolvida num crime. Sim, é disso que se trata:
crime.
Em depoimento à polícia, o hacker
Walter Delgatti Neto (o Vermelho), investigado e preso por invadir o celular de
inúmeras autoridades, disse que foi Manuela quem mediou seu contato, para fim
de parceria, com o ativista de esquerda Glenn Greenwald, que viria a divulgar o
material do crime. E foi ela, segundo o hacker, a primeira pessoa a receber os áudios
- antes de "aderir à causa".
Publicada a declaração do hacker,
Manuela não negou sua participação, emitindo a seguinte nota à imprensa:
"Pela invasão do meu celular e
pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada
por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar
apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu
celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn
Greenwald."
Ah, ela achou que seu celular tinha
sido invadido (o que é crime), mas não comunicou a polícia, preferindo fazer
uma aliança com o criminoso e mediar a parceria do hacker com o
"renomado". Deve ter imaginado ter em mãos uma carga de dinamite
capaz de assassinar reputações em massa.
Mesmo que ignorasse a extensa lista de
crimes de Vermelho - estelionato, furto qualificado, apropriação indébita,
tráfico de drogas e até um caso mal esclarecido de abuso sexual contra uma
adolescente, que ele filmou e lançou nas redes sociais -, Manuela sabia que é
crime a invasão de celular, que estava ela receptando material ilícito (os
áudios do hacker) e que o crime era praticado contra autoridades públicas.
Esclarece muito a ordem dos fatos,
embora com lacunas que a polícia vai preencher (se o STF deixar): em 12/05/19,
o hacker faz contato com Manuela; 10 minutos depois, ele recebe ligação de
Greenwald; em 21/05/19, já na posse do material ilícito, Greenwald reúne-se com
Lula (que está preso); em 09/06/19, quatro semanas depois de obter o material criminoso,
Greenwald começa a publicá-lo no site The Intercept.
Mas Ele é bem cauteloso em sua
guerrilha virtual. Ao iniciar as publicações, declarou: "ficamos muitas
semanas planejando como proteger a nós e nossa fonte contra os riscos físicos,
riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa
reputação."
Já Manuela alega que é jornalista e
"apta a produzir matérias com sigilo de fonte", como se isso a
autorizasse a receptar e repassar material ilícito. Aliás, em qual órgão de
imprensa ela trabalhou? Já teve alguma reportagem publicada? Quando foi que
Manuela exerceu o jornalismo?
Ora, Greenwald, Manuela e congêneres
simplesmente estão combatendo numa guerra que, primeiro, visa a proteger
corruptos e tirar da cadeia uns quantos que já foram condenados por crimes mais
do que provados – desde grandes empresários até figuras da elite política.
Segundo, quer arruinar um governo democraticamente eleito, pavimentar o retorno
da pior escória ao poder e, no fim, venezuelizar o Brasil.
Será que cai a ficha para os tais
"adultos"? Perceberão que os ataques à Lava Jato nada têm a ver com
erros da operação? Conseguirão raciocinar politicamente?
O caminho se bifurcou. E, iniciando
por uma grande faxina, o Brasil enveredou pela trilha da prosperidade e da
democracia. Depende agora de atitudes adultas e escolhas honestas para não
haver desvios.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo. E-mail do autor:
sentinela.rs@uol.com.br
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