Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fábio Chazyn
Capitulo
VIII: “O Dever do Novo Embaixador do Brasil em Washington-DC”
As maiores
potências do Mundo estão em guerra? Então o Mundo está em guerra!
Como o Brasil,
um país com a 6ª maior população, com as maiores reservas minerais e o maior
potencial agrícola, portanto detentor de alguns dos maiores mercados do Mundo,
pode ver a disputa de mercados entre os dois principais países sem tomar uma
atitude?
Será que o
Brasil é terra-de-ninguém esperando passivamente que um estrangeiro venha tomar
posse dela? Ou é formado de patriotas dispostos a defendê-la e a defender os
valores que lhes são caros?
Se a
questão que se coloca é se o Brasil tem futuro, então é o caso de acreditar que
o futuro chegou e que é hora de defendê-lo.
O Brasil
também está em guerra!
Quando se
trata de conflitos que decidirão quem serão os conquistadores e os
conquistados, dominadores e subjugados, como neste embate econômico travado entre
os Estados Unidos e a China, envolvendo diretamente os nossos interesses, então
não temos alternativa senão defendê-los.
A Pátria
nos convoca para irmos lutar no front!
No passado
recente, para não irmos muito longe com igual exemplo, os nossos “Pracinhas”
foram às terras longínquas defender os valores da liberdade e voltaram com as
honras que celebramos até hoje. As honras da luta e as da vitória!
A hora da
luta chegou novamente. Se as honras da vitória do Brasil dependem da nossa
“raça”, “verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a
própria morte”.
O front da
atual guerra é a diplomacia. Nossa tática passa pela sabedoria do bater,
alternativamente, “no cravo e na ferradura para não assustar o cavalo”.
O governo
Bolsonaro já deu as primeiras batidas. Marcou presença dentro das fronteiras
dos dois beligerantes.
O General
Mourão se encarregou de apoiar o projeto “BRI - Belt & Road Initiative”,
que é a estratégia chinesa de marcar um enorme território econômico autônomo e
protegido das represálias americanas pela cooptação de 80% dos países do mundo
através da construção de um cinto de infraestruturas, a Nova Rota da Seda.
Na luta no
front americano, Bolsonaro bateu ainda mais forte. Está determinado a fincar
bandeira na capital americana colocando lá seu filho Eduardo que, apesar de não
ser General, vai ter que vencer batalhas num território que é hostil por
natureza dado o caráter nacionalista que Donald Trump imprimiu na sua gestão.
Para Trump,
dominar o cyber-espaço não é só uma questão de honra. É “Estratégia de
Segurança Nacional”, como tem insistido sem disfarçar. Não esconde que se não
segurar a Huawei e sua nova geração de equipamentos acoplados na tecnologia 5G,
a hegemonia do sistema Android da Google ficará em perigo. Alguns vão ainda
mais longe e temem também pelo futuro do Facebook, Microsoft, Apple, IBM,
Amazon, da mesma forma como foi sucateado o IBM 360 que foi a base da linha
Univac, também superada no tempo apesar da façanha de levar o homem à Lua...
Um país
como o Brasil, representando a quarta “frota” mundial de celulares, perdendo
somente para a China, a Índia e os Estados Unidos, tem a ‘autoridade
comercialmente moral’ para ser um ‘player’. E mais, considerando que as
instituições multilaterais, como o Banco Mundial, FMI, WTO, ficaram combalidas
pela investidura Trumpista, o novo embaixador do Brasil nos Estados Unidos tem
o dever de explorar a oportunidade política aberta com o recuo daquelas
instituições.
Atuando em
tandem com outras embaixadas brasileiras em países estratégicos, o sucesso da
missão do Eduardo Bolsonaro poderia ser potencializado se seguisse o exemplo da
China e sua tática de cooptação e avanço. A estratégia chinesa está centrada na
construção de alianças estratégicas com algumas nações para conseguir avançar
na cooptação de outras terceiras e concluir a construção do cinto de influência
do BRI.
No nosso
caso, a ‘grande estratégia’ seria a formação de uma ‘cidadela diplomática’ com
as nossas embaixadas alinhadas e articuladas para blindar o Embaixador Eduardo
no seu avanço sobre novos ‘territórios’.
A
hora da conquista é agora. A vitória dos nossos compatriotas no front é a nossa
vitória.
Viva o novo
Embaixador do Brasil em Washington-DC! Viva o Brasil!
Próximo
Capítulo da Série “O Brasil tem Futuro?” – Cap. IX: “O que é Futuro?”- Parte I
Fabio Chazyn, empresário, engenheiro,
cientista político, mestre em história econômica pela London School of
Economics e escultor. Autor do livro: “Consumo Já!” – Por um Novo Itamaraty
(2019)
fchazyn@chazyn.com
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