Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Antônio P.Valle
Cada
peça tem o seu papel no jogo, e nenhuma pode ser subestimada. O Bispo (sistema
de crenças) adota estratégias interessantes que vão da distração ao blefe.
Simulação e dissimulação são suas especialidades. Faz movimentos rápidos e
chamativos no tabuleiro para desviar a atenção das peças-chaves, atraindo a
atenção do adversário para situações sem importância ou induzindo-o a acreditar
em algo que não atende ao seu mais elevado interesse.
O
bispo sabe que a realidade é moldada pelas concepções e crenças que são
altamente influenciáveis. Quem controla a narrativa cria a “realidade”. Por
isso sua estratégia é conquistar corações e mentes. Já discorri aqui em artigo
anterior sobre o conceito de Túnel de Realidade, explicando que “os indivíduos
possuem um filtro mental com o qual percepcionam a realidade. Ao estudar este
conceito foi verificado que as pessoas só ouvem, enxergam ou entendem o que se
encaixa perfeitamente dentro do seu sistema de crenças, abdicando do
discernimento”. Quando estes filtros são muito espessos, deixando pouca
“abertura mental” a resultante é a chamada “Imunização Cognitiva”.
Segundo
uma definição que está na Revista Sociedade Militar (https://www.sociedademilitar.com.br/wp/2019/03/imunizacao-cognitiva%E2%80%8A-%E2%80%8Ao-que-e.html)
“a imunização cognitiva é o processo de proteção do pensar diferente, é o
processo de padronização dos pensamentos de forma direta e subliminar que
objetiva extinguir toda a capacidade dos desavisados de se contrapor às maiores
obviedades”.
A
imunização cognitiva é um bloqueio que leva as pessoas a acreditar apenas no
que querem acreditar, tornando-se imunes a outros pontos de vista, desprezando
ou considerando irrelevantes e sem crédito tudo que não se informa (entra na
forma) dentro da sua “caixinha”, mesmo que evidências e fatos objetivos
demonstrem que o seu entendimento é equivocado ou incompleto. Os especialistas em
controle mental coletivo sabem que nossas mentes se transformaram mais para
blindar nossas crenças do que para discernir o que é verdade e o que é mentira.
Esta
incapacidade de enxergar as maiores obviedades, mesmo após a apresentação de
fatos e evidências, tem se tornado uma verdadeira epidemia em nosso país,
contaminando pessoas de diversos extratos sociais, notadamente as que se dizem
intelectualmente mais preparadas e que por dever de ofício deveriam ter a mente
aberta e o discernimento afiado. O General Villas Bôas manifestou sua
preocupação em palestra recente no Instituto Histórico e Geográfico do DF ao
dizer: "O que me impressiona é que a inteligência nacional e seus
múltiplos gestores até hoje não compreenderam que essas novas ferramentas de
atuação do imperialismo internacional", ao se referir a questão ambiental,
mas que se aplica igualmente e vários outros assuntos (https://crusoe.com.br/diario/villas-boas-critica-ofensiva-de-ambientalistas-estrangeiros-sobre-amazonia/?preview=true).
Esta Imunização Cognitiva atingiu em cheio muitas mesas em Brasília.
Meus alertas sobre estas dificuldades vêm desde 13 de outubro de 2013
quando publiquei o artigo “A Atividade de Inteligência Militar, os Governos
Civis e o Cenário Atual”.
Não é
necessário ser vidente para antecipar movimentos no tabuleiro. Basta conhecer o
jogo e sua metodologia, acumular conhecimento e experiência, usar técnicas de
análise de risco e projeção de cenários desprovidas de crenças limitantes. No
primeiro artigo da série Xeque-mate eu disse que o bilionário Jeffrey Epstein
era alguém bem conhecido nos círculos interno. No segundo artigo enfatizei que
ele havia sido ‘encontrado “quase inconsciente” com “marcas no pescoço” em
posição fetal no chão da cela que ocupa no Centro Correcional Metropolitano
(MCC), em Manhattan’. Na grafia utilizada no artigo coloquei palavras entre
aspas propositalmente e deixei claro que ele “sabia demais”. Por que abordei
este tema em dois artigos? Pois bem, no dia 10/08/19 o cidadão foi encontrado
morto em sua cela - https://veja.abril.com.br/mundo/bilionario-jeffrey-epstein-e-encontrado-morto-na-prisao/.
O “suicídio” ocorreu de forma tão evidente que até o jornal The New York times
não conseguiu deixar de registrar os “detalhes” - https://www.nytimes.com/2019/08/11/nyregion/epstein-death-manhattan-correctional-center.html?action=click&module=Top%20Stories&pgtype=Homepage.
Falando
agora um pouco da Torre, a leitura de que os sinais apontam para uma nova crise
ao estilo 2008 estão vindo de todos os lados. Recentemente o Sr. Fernando
Ulrich, numa palestra na VI Conferência de Escola Austríaca do Instituto Mises
Brasil, chamou a atenção para a fragilidade do sistema atual alertando para o
fim de um ciclo –
Por
isso, como já comentei nos artigos anteriores, os países estão acumulando ouro,
seja oriundo de sua própria produção, seja “comprando” de países produtores
desavisados como o Brasil. Foi amplamente noticiado que o roubo de uma carga de
ouro de 718,9 quilos no aeroporto de Guarulhos estava destinada para..... EUA e
Canadá - https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/25/grupo-fortemente-armado-invade-terminal-de-cargas-de-cumbica-faz-refem-e-rouba-ouro-de-carro-forte.ghtml.
Segundo outra reportagem o ouro “pertencia à mineradora canadense Kinross, a
quinta maior do mundo. O metal foi extraído de uma mina de Paracatu, no
noroeste de Minas Gerais” - https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/30/parte-de-ouro-roubado-no-aeroporto-de-guarulhos-era-de-mineradora-canadense.ghtml.
No ano passado ela havia batido um recorde de produção de 14,7 toneladas de
ouro! Isso apenas numa mina. Não é de admirar que o Brasil não tem reservas em
ouro físico, mas os estrangeiros têm.
Todos
sabem que no Brasil há espaços do território nacional onde os brasileiros
não podem circular livremente, mas os
estrangeiros podem. A exploração da época colonial nunca cessou e à medida que
o Governo do Presidente Bolsonaro se opor a isso, questionando ainda as ações
relativas à floresta amazônica, seu governo automaticamente se antagonizará a
interesses poderosos que já se levantam contra ele. Líderes como o Papa
Francisco já estão se manifestando, demonstrando que o movimento já começou,
elevando a questão ao nível de risco à humanidade - https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2019/08/09/interna_mundo,776434/papa-francisco-floresta-amazonia.shtml?fbclid=IwAR0bSRwgVyYCOrrjs02E_IxVs5_n1qqXmwPGQ91y5IBUplAqYC3-KZRL5GA.
Isso
lembra as famosas “armas de destruição em massa” que Bush alegou para invadir o
Iraque e que nunca foram encontradas. Num ensaio de ideias o professor de
Relações Internacionais da Universidade de Harvard, Stephen M. Walt, num artigo
publicado dia 06/08/19 na revista online Foreign Policy, pergunta: “Quem vai
invadir o Brasil para salvar a Amazônia?” - https://www.bbc.com/portuguese/geral-49253621.
Como
ele tem juízo deixa claro que, para o “crime” ambiental relativo a emissão de
gases (cujos principais poluidores são EUA, China, Índia, Rússia e Japão) não
poderia ser feito a mesma coisa porque "ameaçar qualquer deles com sanções
possivelmente não vai funcionar e ameaçar com uma intervenção armada é
completamente irrealista"; acrescentando que no caso do Brasil é
diferente, usando o seguinte argumento: "Mas o Brasil não é nenhuma grande
potência. Ameaçá-lo com sanções econômicas ou o uso da força caso se recuse a
proteger a floresta poderia funcionar". As ideias começam a circular.
Os
EUA, como demonstrei no artigo anterior, aceleram os preparativos para a crise
iminente. Em 1 de outubro de 2019 o chefe do Estado-Maior do Exército, General
Mark Milley, se tornará presidente do Joint Chiefs of Staff. Segundo
informações ele não está vindo para brincadeiras. A trajetória dele e seu
semblante parecem confirmar esta impressão.
Para
ter certeza que nada vai falhar, quando for necessário colocar em andamento os
planos de emergência que parcialmente descrevi no artigo anterior, os
estadunidenses fizeram na semana passada os primeiros testes significativos no
sistema de Alerta de Emergência Nacional - https://www.fcc.gov/document/fema-fcc-remind-public-upcoming-emergency-alert-system-test.
O que se deve destacar aqui é que a FCC (Comissão Federal de Comunicações) e a
FEMA (Agência Federal de Gestão de Emergências) não haviam ainda trabalhado
juntas em testes desta magnitude, notadamente envolvendo aspectos que se
aplicam direta e especificamente a ambas, relativas a Lei sobre os Poderes de
guerra do presidente dos EUA - https://www.law.cornell.edu/uscode/text/47/606.Depreende-se
que POTUS pode, com base na seção 606 (c), assumir o controle de todo o
establishment de mídia do país, segundo a seguinte condição: “Após a
proclamação do presidente de que existe guerra ou ameaça de guerra, ou estado
de perigo público ou desastre ou outra emergência nacional, ou para preservar a
neutralidade dos Estados Unidos”.
Todos
os preparativos estão sendo feitos com o maior cuidado para não violar a lei
federal que, em sua Seção (f), determina a Proibição de Ações Secretas
destinadas a influenciar Processos Políticos dos Estados Unidos. Ninguém quer
ser acusado de interferir na eleição de 2020. Nela consta que “nenhuma ação
secreta pode ser conduzida com a intenção de influenciar os processos políticos,
a opinião pública, políticas ou mídia dos Estados Unidos” - https://www.law.cornell.edu/uscode/text/50/3093.
E o
Brasil, como está se preparando? Será que não precisa ou a Imunização Cognitiva
tornou-se irreversível? O preço de erro ou omissão será o sangue derramado e as
lágrimas de parentes, incluindo das famílias hoje em Brasília.
Todavia,
importa ressaltar que antes, durante e depois do Xeque-mate tem o efeito
dominó, na medida que a cada movimento um novo dominó cai e empurra outro para
o movimento seguinte!
Todo
jogo acaba ou muda de fase. O xeque-mate se aproxima.
2 comentários:
O tema analisado e suas inúmeras variantes e efeitos não é motivo de nenhuma satisfação; no entanto, é sempre positivo que seja tratado de forma pública e transparente. Grato.
Sinistro! Da medo dessas mentes malignas!
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