Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H. James
Kutscka
Dias atrás,
assistimos boquiabertos o último número de ilusionismo do STF.
Aldemir
Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás condenado a 11 anos de
detenção por corrupção passiva pelo então Juiz Sergio Moro, escapa
magistralmente da punição, graças a três ilusionistas da segunda turma do STF.
Foi-me
impossível não lembrar de Harry Houdine, escapista e ilusionista, mestre das
fugas impossíveis.
No início
do século XX, o ilusionista húngaro mostrou ao mundo atônito, não haver
algemas, cadeados ou correntes que pudessem prendê-lo dentro de sacos, caixões
e até celas. Reza a lenda que ele engolia as chaves das algemas ou cadeados que
o prendiam antes do show, e as regurgitava quando estava dentro da embalagem
que o detinha.
Gilmar
Mendes, Carmem Lúcia e Lewandowski, como as três bruxas de Macbeth, cumpriram a
previsão dos que não acreditaram nunca em justiça provinda de tal tribunal.
E como
Houdine, em um momento longe dos olhares de curiosos, regurgitaram a chave
mágica para soltar os amigos,“vítimas” da lava jato, com uma regra sobre a ordem da manifestação
dos réus na fase final do processo.
Alguma
excrescência do raciocínio matemático como: a ordem dos fatores altera sim, o
produto.
Pronto, o
precedente está aberto.
O truque
dentro do truque, Houdini teria ficado estupefato com a maestria dos três.
O “muar de
São Bernardo” já requereu à justiça para ser beneficiado pela mesma decisão,
pedido parcialmente (parcialmente, o que significa isso?) aceito por Edson
Fachin (a quarta bruxa, a que não estava na história e que serviria para ser a
que desvia a atenção dos verdadeiros objetivos das outras três).
Atento a
seu papel na ilusão, esse último envia ao plenário um despacho, pedindo que a
questão seja analisada pelo Supremo, para que não restem dúvidas sobre a segurança jurídica e a estabilidade da
jurisprudência do tribunal.
Não
percebeu ainda que “o me engana que eu gosto acabou, ô inocente”!
O povo nas
ruas é a prova disso.
Não ousem
seguir com seus planos, estamos atentos.
Nós e a onça, e ela aparenta estar faminta.
H. James Kutscka
é Escritor e Publicitário.
Um comentário:
sem tirar, nem pôr ponto final
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