Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves
de Oliveira
Em todos os
tempos da distorcida política brasileira nenhuma declaração jamais causou tanta
confusão, desconforto e embaraço, no meio político, e também na própria grande mídia, quanto a polêmica declaração do
vereador carioca Carlos Bolsonaro, no
sentido de que “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não
acontecerá com a velocidade que almejamos”.
Tudo indica
que o citado vereador não seria dotado
da capacitação intelectual que seria necessária para compreender a profundidade e a veracidade da sua própria declaração, que ao que mais parece teria lhe
“escapado” pela boca, talvez inadvertidamente , sem refletir o
suficiente antes, dentro do único objetivo de se promover e causar impacto,
como “bom” político, sempre com uma “latinha” da imprensa à sua mercê, na busca
de maior espaço, como sói acontecer com a imensa maioria dos políticos
demagogos que grassam no país inteiro.
Nessa
polêmica declaração, que tanto “deu
pano para mangas,” e alvoroço causou nas
“hostes” políticas, mais parece que o principal órgão “pensante” de Carlos
Bolsonaro teria sido a sua “língua”, mais que
o cérebro. Apesar de tudo, sua “língua” não deixou de pensar e
falar uma grande verdade.
Mas “apesar
dos pesares”, Carlos ainda foi demasiadamente otimista na sua declaração,
relativamente à (pseudo) democracia praticada no Brasil, no
sentido de que o seu alcance seria “certo”, porém condicionada a sua realização a uma menor
“velocidade” do que deveria. Carlos não declarou que a democracia “que
almejamos” não chegaria nunca, somente “retardaria”.
Apesar de
tudo, a sua “fala” está perfeitamente sintonizada com a maioria dos “entendidos” em democracia,
que sempre “acham” que tem que ser assim mesmo, que a democracia é “demorada”, ”lenta”.
Porém tudo não passa de desculpa “esfarrapada”.
O que esses pilantras da política na verdade fazem é jogar contra o tempo, acenando sempre com
uma democracia “maravilhosa”, mas “lá na frente”, onde os atores já serão
outros, não eles próprios. E assim vai se levando um Brasil que em relação ao alcance das
potencialidades do seu povo, não tem ”passado”, nem “presente”, somente uma “promessa” de futuro.
E as
gerações vão se sucedendo. E nada muda. O prometido “amanhã” nunca chega. Os
brasileiros se alimentam somente de promessas. São “vítimas” dos políticos.
Não existe
maior prova que a “democracia” brasileira não passa de lixo do que a simples
análise dos seus resultados durante toda a sua existência, onde ela já nasceu “torta”, viciada, após a
Proclamação da República, em 1891, chegando a um desvio tão profundo que hoje o
mando da política fica concentrado exclusivamente nas mãos da pior escória da
sociedade, levada a fazer política por um povo absolutamente incapacitado de
indicar e escolher os seus melhores
representantes, ficando nas mãos da “ditadura” dos partidos políticos, e que é
“elevado” exclusivamente pelos
políticos beneficiários dos seus votos “trouxas”, e que são,
”coincidentemente”, os únicos que elogiam sem reservas essa democracia
degenerada que se pratica.
Por isso
Carlos Bolsonaro fez o mesmo que dar um chute nos “culhões” desses patifes que se beneficiam dessa democracia política malformada, apesar de ser também um dos “atingidos” por esse chute que
ele mesmo deu. E essa democracia degenerada,corrompida,malformada, deturpada,
que gerou quase todos esses políticos
beneficiários, foi denominada por Políbio, historiador e geógrafo da
Antiga Grécia, de OCLOCRACIA, à sombra da qual o Brasil seguirá vivendo
enquanto não praticar a verdadeira democracia.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e
Sociólogo.
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