“O Brasil para ser desenvolvido e respeitado pelos os demais
Estados têm de lutar em defesa de sua soberania e por ideias que exerçam apelo
além de suas fronteiras”.
(Adaptado
da frase de Samuel Huntigton: “Uma superpotência tem de lutar por uma ideia que
exerça apelo além de suas fronteiras”)
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos
Alberto Pinto Silva
A cobiça
sobre as incalculáveis riquezas da Amazônia não é uma exclusividade dos dias
atuais. O objetivo de integrá-la definitivamente ao contexto nacional tem sido
buscado ao longo das gerações, sem ser, contudo, alcançado plenamente.
Dissociada
do restante do território nacional, a Amazônia tem sofrido fortes ameaças que
atentam contra a soberania nacional, como é o caso da atual cometida pelo
Presidente Macron, da França.
O
presidente francês afirmou que está “em aberto o debate sobre a
internacionalização da jurídica da floresta amazônica”.
A situação
vivida na atual conjuntura brasileira é a de paz relativa, uma Guerra Política[1] Permanente, não há inimigo e sim
estados com ações hostis em defesa dos seus interesses. Está acontecendo um “Conflito
na Zona Cinza”, caracterizado por uma intensa competição política, econômica,
informacional, mais acirrada que a diplomacia tradicional, porém inferior à
guerra convencional, realizada por Estados[2]
que têm seus interesses desafiados pelo Brasil.
Ninguém
começa uma Guerra Política contra um país amigo do seu povo, ou melhor, ninguém
de bom senso deve fazê-lo, sem ter bem claro em sua mente o que com ela
pretende alcançar. França e Alemanha motivadas pela assinatura do acordo
MERCOSUL e União Europeia, acusam o Brasil de estar destruindo a Amazônia e de
não cumprir com acordos relativos ao meio ambiente, e ameaçam com retaliações
políticas e econômicas, mal disfarçando o verdadeiro motivo que é o de proteger
suas economias.
A decisão
de empreender uma “Guerra Política” contra o Brasil poderia ser baseada numa
avaliação de custos e benefícios, ser empreendida com vistas a alcançar-se um
objetivo político que fosse de interesse do Estado Frances, e nunca para
atender a necessidade do Presidente Macron de se projetar internacionalmente
como “defensor da humanidade”, e recuperar sua reputação na política interna
protegendo seus agricultores.
O centro de
gravidade da ação dos Estados hostis ao Brasil, na atual conjuntura, está
voltado a desestabilizar o governo, a desacreditar autoridades, a criar o caos
na sociedade com o auxílio do potencial de protesto da oposição e da imprensa
simpática à social democracia, sucedendo-se a uma inevitável crise política.
Devido às
nossas possíveis atividades de defesa serem de um país em desenvolvimento
contra países do G7, as ações devem ter um objetivo político claramente
definido e responsabilidades políticas firmemente estabelecidas. Devemos criar,
com a participação da sociedade, uma “Frente Nacional” de defesa do país.
Existem
certas medidas fundamentais, entre elas, como manobra interior:
- despertar o interesse da sociedade pelos assuntos de defesa;
- buscar a harmonização dos três Poderes em assuntos de defesa e política
externa;
- buscar a integração das diversas
ferramentas do Poder Nacional e dos grupos não estatais em benefício da defesa
dos interesses nacionais do país, forçando o oponente a confrontar vários
campos de batalha, simultaneamente;
- permitir usar todos os elementos
do Poder Nacional, em uníssono e com a combinação certa de instrumentos
diplomáticos, econômicos, militares não cinéticos, políticos, jurídicos e
culturais para cada situação
- buscar a participação da própria
população na defesa da soberania da nação;
- todos os fatores do Poder Nacional possuem uma estreita dependência do
poder econômico, a ciência de bem aplicá-los na defesa da nossa soberania está
na sua integração e harmonização;
- buscar a excelência nas atividades de guerra em rede, de inteligência
artificial, segurança cibernética, e espionagem eletrônica;
E como
Manobra exterior:
- atuação forte na ONU, na OEA, no BRICS, e no MERCOSUL expondo a Guerra
Política desencadeada pela França e Alemanha visando atingir o Brasil, e
desestabilizar autoridades e a economia;
- busca de apoio em países como Estados Unidos, Inglaterra, Espanha,
Itália, China, Argentina que já fizeram declarações favoráveis ao Brasil; e
- procurar as multinacionais francesas instaladas no Brasil discutindo as
vantagens de um bom relacionamento entre Brasil e França.
Nós,
brasileiros, não devemos perguntar quanto custa à nação a resistência que toda
a comunidade é capaz de oferecer, empregando todas as ferramentas disponíveis
ao Poder Nacional, para a defesa de nossa Soberania, mas indagarmos qual é o
efeito que esta resistência pode gerar, e caso ela não seja desencadeada cobrar
ao Governo o por qual razão?
O Brasil deve se preparar para um
longo período de conflito, pois razão não é a defesa do meio ambiente, da
Amazônia, ou a luta contra as queimadas, mas sim as riquezas da Amazônia e a
reação da esquerda e da social democracia europeia e brasileira à vitória de um
governo de direita no Brasil. No passado recente, de governos de esquerda, o
desmatamento e as queimadas foram maiores e sem protesto de países europeus e
da imprensa interna e externa.
Carlos Alberto Pinto Silva é General de Exército da reserva /
Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do
Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl,
Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.
[1]
“O uso de todos os meios de disponíveis de uma
nação para alcançar objetivos nacionais sem entrar em guerra”. É uma
Guerra Política permanente na Guerra de Nova Geração.
[2]
França e Alemanha.
[3]
“A Zona Cinza se caracteriza por uma intensa competição política, econômica,
informacional e militar, mais acirrada que a diplomacia tradicional, porém
inferior à guerra convencional”.
[4]
“Todo e qualquer tipo de conflito bélico em que, pelo menos em algum momento,
existe a efetiva limitação ou, em termos mais precisos, autolimitação do
emprego da evidente superioridade militar e, particularmente, tecnológica no
campo de batalha”.
[5]
“Em questões militares e de segurança nacional, a assimetria estratégica
significa agir, organizar e pensar diferentemente do adversário para maximizar
os esforços relativos, aproveitando suas fraquezas, e adquirir maior liberdade
de ação” (Steven Metz).
Um comentário:
Nunca vi um texto tão "infantil" para um Gen. Senhor o buraco é mais embaixo, somos dependentes de armamentos estrangeiros: tanques alemães, submarinos franceses e navios ingleses, aviões suecos, etc. Uma nação não pode sobreviver dependendo de fornecedores do exterior, vide a Guerra das Falklands (Malvinas), a Argentina perdeu a guerra quando acabaram os mísseis Exocet e as peças dos seus Mirages, uai a guerra não era com a GB, pois é mas os franceses fazem parte da OTAN, "um por todos, todos por um". Nossa única salvação é desenvolvermos armas nucleares táticas(de 0,5 a 5 kilotons) e seus devidos vetores, estes últimos já estão quase efetivos. A sua estratégia vietnamita na amazônia é meia infeliz nos tempos atuais, pense bem.
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