Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Adriano Meirinho
Especialmente a partir de 2010, o
setor financeiro brasileiro respira constantes transformações a níveis
tecnológicos, táticos, operacionais, de posicionamento e na comunicação. De um
lado, os bancos tradicionais são representados pelos cinco grandes
conglomerados bancários que dominam mais de 80% do mercado brasileiro,
inclusive alguns têm suas raízes centenárias - século XIX. Do outro, há menos
de uma década, nasceu a primeira fintech - startup especializada em finanças -
e, durante esse pequeno período, já foram criadas mais de 600, segundo a
Associação Brasileira de Fintechs. Qual o impacto no país? A - quase - obrigação
da transformação associada à inovação tecnológica.
Atualmente, esse novo modelo de
instituições financeiras está conquistando também os clientes que tinham, até
então, vínculos apenas com os gigantes tradicionais. E tudo acontece porque o
perfil do cliente atual é caracterizado por, muitas vezes, não querer se
relacionar com gerentes e apenas criar sua própria conta com a funcionalidade
digital por meio de um aplicativo.
Tem também o fato de que essas
instituições oferecem menores - ou nenhuma - taxas, o que as torna ainda mais
atrativas para os consumidores. Como fazem isso? Elas têm estruturas enxutas e
tecnologia avançada, que permitem que as fintechs não repassem as altas taxas
em cima de contas, transferências, movimentações, transações básicas, contas e
cartões de crédito para seus clientes. Beneficiar financeiramente o consumidor
é uma das principais vantagens competitivas dentro deste mercado.
No final do dia, além de todos esses
fatores, a preocupação com a boa experiência e atendimento ao cliente são o que
mais têm chamado atenção em todas as startups mundiais. O cuidado especial com
o seu cliente, um atendimento personalizado e eficiente são o que fazem com que
os menores índices de reclamações advenham dos consumidores deste modelo de
negócio.
Mas a verdade é que quando observamos
os caminhos entre bancos tradicionais e fintechs, percebemos que eles se cruzam
de diversas formas, como uma via de mão dupla, afinal as pessoas ainda estão em
processo de avaliação e compreensão dos dois modelos: tradicional e digital.
Não achamos que o modelo mais conservador vai morrer ou tende ao fracasso -
ainda temos muitos brasileiros que prezam por ele. Isso porque muitos ainda
fazem questão de ter relacionamento estreito com o gerente de sua conta, que a
qualquer problema sabem que podem recorrer à sala da agência e que estão
habituados ao suporte pessoal, físico e “íntimo”.
Diante deste cenário, já era
previsível que os bancos tomariam providências necessárias para combater os
novos entrantes, já que custear milhares de agências bancárias e estruturas
rígidas espalhadas pelo Brasil é um esforço financeiro muito alto e cada
cliente faz a diferença no final do dia. Por isso, foi - e continua sendo -
necessário se adequar para atingir também a parcela da geração pós millennials,
que já nasce compreendendo linguagem dos memes e com celular na mão.
Está sendo fácil? Com certeza não. A
falta de tecnologia e a modernização dos bancos tradicionais é a maior barreira
enfrentada pelos seus gestores. Ou seja, implementar novos serviços e
funcionalidades dentro da cadeia bancária é um processo demorado, pois
basicamente cria-se uma estrutura tecnológica paralela que precisa lidar com
sistemas antigos, o que torna a velocidade de implementação mais demorada.
E não menos importante: nesse momento
de transformação nos negócios bancários, é importante que tenhamos em mente que
a comunicação com cada público é essencial. Entender cada processo de
relacionamento com os diferentes clientes é o que trará resultados assertivos.
Claro que, bancos tradicionais, com seu poder econômico, já possuem equipes
sólidas focadas em branding, altos investimentos em eventos, celebridades,
filmes e campanhas caríssimas. Mas ainda que as fintechs tenham seus recursos
escassos e muito menos dinheiro para investimentos, elas conseguem se comunicar
com eficiência pois entendem bem o seu público e sabem onde eles estão.
Não importa se é mais conservador ou
totalmente digital, o espaço é amplo, mas conhecer com quem você está lidando é
o segredo do seu negócio!
Adriano Meirinho
é CMO e co-fundador do Celcoin. Executivo de Marketing com MBA em Administração
de Negócios do Varejo pela FIA, Meirinho acumula experiência de mais de 20 anos
em marketing e propaganda. Tem passagens em importantes empresas, como Catho Online
- por 14 anos, onde foi sócio e sob sua gestão, recebeu seis prêmios Top Of The
Mind de 2006 a 2012 e três prêmios Ibest, nos anos de 2002 e 2004, e foi CMO da
Oppa Design. Também é Mentor e Advisor de startups.
2 comentários:
Todos os não bancarizados (economia informal), que estão aderindo às fintechs,cairão nas malhas da Receita Federal.
Todos os não bancarizados (economia informal), que estão aderindo às fintechs,cairão nas malhas da Receita Federal.
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