Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio
Alves de Oliveira
Quem tiver
alguma visão sobre a política de baixo nível que sempre foi praticada no
Brasil, certamente está acompanhando de perto as manobras e “peripécias” que
estão sendo desenvolvidas no Congresso Nacional, consorciado com o Supremo
Tribunal Federal, com o objetivo de encontrarem algum meio de se “livrarem”
do Presidente Bolsonaro, seja por
impeachment, seja por outra modalidade
qualquer.
Não o
fizeram até agora certamente porque estão “tremendo”, mesmo se “borrando” de
medo, que se porventura consumarem a queda Bolsonaro, quem deveria assumir
seria o Vice-Presidente, Hamilton Mourão, nos termos da Constituição.E isso
lhes provoca “calafrios”, dos pés à
cabeça, os “apavora”, principalmente por certas manifestações do general que foram tornadas públicas antes mesmo dele ser escolhido
candidato à Vice-Presidente, na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro.
Numa
retrospectiva histórica, esse tipo de
impasse político e jurídico já teria acontecido após a eleição do
Presidente Jânio Quadros, e do seu
Vice-Presidente João Goulart, que assumiram em 31 de janeiro de 1961. Mas por
motivos que não ficaram bem claros até hoje, somados ao “destempero” da
personalidade Jânio Quadros, o mesmo
acabou renunciando ao mandato presidencial após sete meses da sua posse, ou seja, em 25.08.1961, muitos
garantindo que na verdade ele pretendia que a sua renúncia não fosse aceita e
que ele voltaria com mais força,
eliminando as “forças terríveis”, ou “ocultas”, que o teriam atormentado desde
a sua posse, como alegava.
Mas
Jânio “quebrou a cara”. Ninguém se
manifestou contra a sua renúncia, e ele teve que sair mesmo. Aí começou o
impasse. Os três Ministros Militares (da
Guerra, da Marinha e da Aeronáutica) não permitiram a posse do Vice João Goulart,
a quem acusavam de ser “comunista”.
A partir do
Rio Grande do Sul , surgiu forte reação contra o impedimento da posse de “Jango”, encabeçada pelo então Governador
Leonel de Moura Brizola, do mesmo partido de “Jango”, o Partido Trabalhista
Brasileiro - PTB. Brizola “encampou” a Rádio Guaiba, e a partir dos porões do
Palácio Piratini, em Porto Alegre, montou a “Rede da Legalidade”, onde passou a
se comunicar diretamente com o povo.
Nesses
mesmos porões, Brizola organizou uma espécie de
“resistência armada ao golpe”. Mas enquanto isso acontecia, a Base Aérea
de Canoas, localizada nas “barbas” do Palácio Piratini, teria recebido
ordens de atacar o Palácio, o que só não
teria acontecido pelo fato dos sargentos e cabos da Aeronáutica terem boicotado
a decolagem das aeronaves (pneus
furados, vazios,etc.).
Mas a
“Campanha da Legalidade” passou a ter uma adesão muito importante e decisiva.
Naquela época se faziam generais realmente “machos”. Sensibilizado com a
justeza do “Movimento da Legalidade”, e
certamente com o prévio apoio dos
seus subordinados no então 3º Exército
(RS,SC e PR), o seu Comandante, General
Machado Lopes, aderiu de corpo e alma à “Campanha ou
Movimento da Legalidade”.
Antes que
estourasse um conflito armado, e bem “rapidinho” (entre 24.08 e 7.O9.61), Brasilia deu um “jeitinho” de acomodar a situação.
Aprovaram o “parlamentarismo” (mais tarde retornou o presidencialismo), retirando
parte do poder do Presidente da República, e concederam o “trono”, meio
“aleijado”, para Jango, que tomou posse em 7.09.61,governando até 31 de março
de 1964, quando foi deposto do Governo e instalado o “Regime Militar ”, que perdurou até 1985.
O “pavor”
sentido pelos adversários de Bolsonaro, no Congresso e no Supremo, para
derrubá-lo, como desejam, certamente reside no fato da plena consciência que eles têm que seria muito mais difícil
“boicotar” a posse do Vice-Presidente
Hamilton Mourão, na hipótese de
afastamento de Bolsonaro, do que “antes” foram as tentativas de impedir a posse
do então Vice-Presidente João Goulart, em face da renúncia do então Presidente
Jânio Quadros, lá em 1961.
Sinceramente,eu
não gostaria de estar no “pelo deles”!!!
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e
Sociólogo.
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