Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H.
James Kutscka
Desde
criança, (e isso faz muito tempo), sou fascinado pela sétima arte como definiu
em 1912, Riccioto Canudo em seu Manifesto das Sete Artes, atualizando a lista
de Hegel que considerava apenas seis.
Se alguém
duvida da definição de Riccioto, basta assistir “Ladrões de Bicicletas” de
Vittorio de Sica ou “Morte em Veneza” de Visconti. Os italianos, mais do que
ninguém, entendem dessas “coisas”.
Tanto que
reputo ao cinema parte importante de minha educação, rivalizando com os livros,
a escola e até mesmo meus pais (que também eram apaixonados pela magia da tela
prateada).
Assim,
cansado da nefasta realidade que assola os dias atuais com pesadelos
judiciários e políticos, resolvi dar folga a meu cérebro, pelo menos uma vez
por semana e reservar um tempo para assistir novamente obras em celuloide
(alguém hoje lembra, de que eram feitos os filmes?), que de uma ou outra forma
marcaram minha vida e ajudaram a moldar meu caráter.
São tantas,
que não vou perder tempo aborrecendo meus leitores com uma lista que daria um
livro.
Só estou me
referindo a isso, porque como parte de meu projeto de descanso cerebral,
assisti no último final de semana, um “Western” que me marcou muito pela
direção de arte e história fora dos padrões quando da primeira vez o assisti,
com vinte e seis ou vinte sete anos.
“High
Plain Drifter” de 1973, dirigido e estrelado por Clint Eastwood. Um filme
que vai além do que o olho alcança desvendar.
Nele havia
uma pequena cidade do velho oeste a beira de um imenso lago azul, onde todas as
casas, incluindo a igreja foram propositalmente pintadas de vermelho e na placa
colocada no caminho que levava a ela com o nome do local, onde originalmente se
lia: Lago City, agora estava escrito Hell (Inferno).
O enredo
trata de um xerife morto brutalmente a chicotadas por três bandidos em frente à
toda a população da cidade, que, acovardada, não esboça nenhuma reação diante
da violência contra o representante local da lei.
Eles vão
pagar pela covardia com suas vidas.
O cinema dá
exemplos.
Alguns se
inspiram com o Batman, mas infelizmente outros encontram no Coringa seu “role
playing model”.
Era para
ser diversão, mas foi mais uma lição.
Depois da
vitória dos bandidos reais, garantida pela decisão do STF, diante da
prepotência do presidente, dessa hoje podre instituição que se posiciona
claramente como uma “Stasi” da corrupção, pedindo a Unidade de Inteligência
Financeira, informação das movimentações financeiras de mais de seiscentos mil
brasileiros (pessoas físicas e jurídicas).
Seu pedido
inusitado e ilegal (o que sua excrescência pretende fazer com esses dados?) foi
contestado pelo procurador geral da união, o qual levou uma solene banana como
resposta da “rainha de copas”.
Aqui convém
esclarecer que qualquer semelhança dos fatos cinematográficos com a realidade
vivida atualmente no planalto central, não é mera coincidência, sim um alerta.
Como no
filme, que recomendo a todos meus leitores, estamos assistindo ao assassinato
da justiça, da ordem e da moral, boquiabertos sem fazer nada.
Não virá
nenhum Clint Eastwood verde e amarelo nos salvar.
Se não
fizermos nada, vamos todos morrer vítimas de nossa própria covardia.
Temos uma
arma poderosa, a Internet, a estratégia é ligar o computador e disparar sem
medo.
Assim, no
meio do que deveria ser uma distração, me dou conta que essa corja roubou até
meu prazer de ver um bom filme.
Vamos à luta!
Um comentário:
Eu já me propus a tomar o Palácio da Justiça e o CN,ao estilo de Gandhi.Mesmo com gás lacrimogênio ou balas de borracha,não conseguirão parar a polulação,desde que essa esteja em bom número e unida.Não terá preço para o cidadão decente um novo recomeçõ para o Brasil,através de uma nova e enxuta constituição(sugiro que copiemos a americana até lá).
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