Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H.
James Kutscka
Consta no
Livro dos Livros que certa vez, tendo se ausentado Moisés de seu povo para um
breve interlúdio com Deus, ao voltar os encontrou adorando a um bezerro de ouro
(ninguém explica de onde teriam tirado o ouro para moldá-lo ou em quanto tempo
fizeram tal estátua. Quanto tempo teria durado o bate papo de Moisés com o
Senhor?)
Tempus
fugit!
Em se
tratando do povo ignaro, todo cuidado e constante vigilância são necessários.
Falsos
profetas brotam do chão como erva daninha e são o alimento favorito da massa
ignorante.
No momento
em que escrevo este artigo, uma turba não muito diferente da bíblica, celebra a
liberdade do “muar de São Bernardo” concedida por seu ministro de estimação com
seu voto de Minerva, que poderá vir
a libertar em um primeiro momento “gente fina” como Marcola, Nardoni
e outros expoentes do crime
e em um segundo, aproximadamente
cento e cinquenta mil menos notórios mas igualmente desqualificados.
O teatral
voto de Minerva do ministro em questão, provocou uma verdadeira diarreia no
estado que liberou de uma vez só a pior merda (com o perdão da palavra) que
tinha aprisionada em seus intestinos.
Palas Atena, deusa grega (Minerva para os romanos) advogada e juíza de Orestes, filho de Agamenon, que deu seu
voto de desempate em seu julgamento
absolvendo-o da morte de sua mãe e do amante dela, após a mesma ter
assassinado seu pai, deve estar inconsolável. Afinal Orestes, apesar de ter feito “justiça” com as próprias
mãos, “apenas” havia cometido um
matricídio. Apesar da tragédia grega,
tudo havia ficado em família.
Minerva deve estar inconsolável por ter seu nome associado à excrescência
de lei aprovada para beneficiar o responsável pelo maior roubo da história da
humanidade e milhares de mortes de mães, pais e filhos; um país inteiro vítima
de um malfeitor, eleito presidente da república agora em liberdade, graças ao
seu entendimento da lei e a cumplicidade de outros cinco canalhas.
Tal atitude é um escarnio aos cidadãos de bem de nossa terra e uma
vergonha perante o mundo civilizado.
Para ilustrar a decisão da Suprema Corte, convém revisar o curriculum de
nossa “deusa” brasileira.
Nossa minerva foi: Consultora jurídica da CUT entre 1993 e 94.
Assessora jurídica da liderança do PT de 1995 a 2000.
Advogado das campanhas do “muar de São Bernardo” em 1998, 2002, 2006.
Chefe de gabinete de Marta Suplicy em São Paulo em 2001.
Sub chefe de gabinete de Zé Dirceu na Casa Civil de 2003 a 2005.
Advogado Geral da União nomeado pelo muar de 2007 ª 2009.
Finalmente, ministro do Supremo “ad eternum” nomeado pelo mesmo muar
Alguém em sã consciência podia esperar um voto diferente do proferido?
Em entrevista após o ato explicou-se a deusa, aliviada de ter bem servido
a seu patrão e jogando a peteca para o colo do Nhonho e do Batoré:
- Este é o entendimento do supremo, o Congresso pode através de uma PEC
mudar tudo isso.
Os dois citados já estão tratando de tirar da reta, mas não vai ser
fácil.
Enquanto isso, os adoradores do falso ídolo, como o povo de Moisés
comemoram em volta do “muar de ouro” sua recém adquirida liberdade.
A diferença do bezerro bíblico, que era mudo como uma estátua deve ser, o
“muar” emite impropérios contra todos que não concordam com sua diatribe.
Não temos um profeta para voltar e colocar ordem na “suruba”, mas sabemos
por osmose, que o festejo não durará muito, todo poder emana do povo, e esse
mesmo povo cansado de ser ludibriado, se as instituições não o fizerem, fará,
como Orestes, justiça com as próprias mãos.
Não vai ser bonito, mas será exemplar.
H. James Kutscka é Escritor e Publicitário.
Um comentário:
Parabens pelo artigo. Muito lucido e sagaz!
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