Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio
Alves de Oliveira
A cineasta
Petra Costa, Diretora do filme “Democracia em Vertigem”, um documentário
original da Netflix, foi extremamente infeliz com o título escolhido para a sua
obra. Mas na verdade a “democracia em vertigem” não seria exatamente o período
pós-2014, a partir do impeachment de Dilma Rousseff, como o filme pretende “enganar”, porém ANTES, de 1985 a
2014, a partir do Governo Sarney, mais fortemente na etapa governada pelo PT (2003 a 2014), porém o próprio filme, que
no fundo “inverte” os tempos, tentando
fazer do PIOR período da fragilizada democracia brasileira, o MELHOR.
Dar a
entender que no período governado pelo PT, de 2003 a 2014, teria havido uma
“melhor” democracia do que ANTES ou DEPOIS, é corromper a verdade. Não é
possível confundir a “democracia” e a “liberdade” política existentes exclusivamente
dentro dos Três Poderes - que no período petista funcionaram na plena
“harmonia” da troca de favores, do “toma
lá-dá-cá” sem limites - com a verdadeira democracia que tem por fim
último o bem comum do povo.
Nesse período
de trevas da democracia, da democracia
deturpada, degenereda, que teria sido o melhor, na visão do filme, ela foi
usada exclusivamente como um FIM para os políticos e todas as demais autoridades públicas, usando
para isso o povo meramente como MEIO. O
filme inverte os fins e os meios. Nessa ótica, evidentemente corrompida, os
anos compreendidos entre 2003 a 2014, teriam sido o “melhor período da
democracia”.
Mas não foi
o melhor, e sim o pior período da democracia.
Pior até mesmo que no Regime Militar, que durou de 1964 até 1984, onde as
limitações da democracia e das liberdades atingiram tão somente os agitadores e
subversivos de esquerda, e mais fortemente ainda a criminalidade comum, à vista
das leis penais, e que efetivamente perderam a “democracia” e as “liberdades” para o crime, como passaram a ser toleradas mais tarde.
Nesse
“nefasto” período (64 a 84),segundo a deturpada visão da esquerda, e do próprio
filme, que “coincidem”, a democracia e as liberdades civis eram muito
intensas do que o “paraíso democrático”
desenhado no documentário da Netflix.
Na visão
corrompida do filme, a democracia brasileira verdadeira teria começado com a
eleição de Lula da Silva, em 2003, entrando em colapso, em estado de “vertigem”,
após o impedimento de Dilma, em 2014, quando o então vice-Presidente, Michel
Temer, tomou o seu lugar.
A visão
esquerdista do documentário é manifesta. Do início do filme até mais ou menos 2/3 do seu tempo de
exibição, ele tenta manter um certo distanciamento de favorecer um lado, ou
outro, inclusive dando algumas “alfinetadas” nos governos do PT, mas sem jamais
esconder alguma preferência pela esquerda.
Mas no
“terço” final do documentário, a cineasta Petra Costa “desmunheca” pró- PT.
As filmagens reais “in loco” da
despedida de Lula lá no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo,
para ser conduzido à prisão em Curitiba, foi na verdade uma obra de arte na
escolha e manipulação das imagens. E se existisse essa modalidade de competição cinematográfica
para fins de “Oscar”, o filme realmente mereceria ser premiado. As filmagens
reais das pessoas, principalmente
mulheres, chorando, ”churumingando”, gritando, tristes, e até entrando em
desespero, pela prisão do “deus” Lula, numa dramaticidade jamais vista, podem
explicar muito bem as razões que deram origem à concepção de que Lula teria
sido na verdade um grande “encantador de burros”.
Ora, é
evidente que tanto para a produção do documentário “Democracia em Vertigem”, quanto
a sua praticamente certa premiação ao
“Oscar” de “melhor documentário”,nos próximos dias, custaram muito dinheiro, alguns milhões de dólares,
para quem “investiu” e “encomendou” essa produção e “premiação”. Mas essa quantia seria absolutamente
insignificante, uns meros “trocadinhos”,
para os grandes interesses da esquerda, principalmente de retorno ao poder total , em 2022, que certamente estaria
“investindo” somente uma pequena parcela
retirada da “poupança” que conseguiu
acumular com os 10 trilhões de reais, superior ao valor do PIB
brasileiro, que roubou do erário,
durante o tempo em que governou.
Fora eu o detentor
do direito de premiar o filme com algum “Oscar”, com certeza eu concederia
essa “estatueta” pela filmagem real
que fizeram do impeachment de Dilma Rousseff, em 2014, no Congresso
Nacional. Mas seria o OSCAR da “loucura”, uma nova modalidade. O Congresso mais
parecia um “manicômio”, um “hospício”, tomado por “loucos” (furiosos) de toda espécie,
com mandatos eletivos, cada qual
gritando e querendo “aparecer” mais que o outro. Mas infelizmente esses são os
“representantes do povo”.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e
Sociólogo.
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