Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Percival Puggina
O papa Francisco recebeu Lula em
audiência privada. O fato prova quanto é bem sucedida a campanha de
desinformação promovida pela esquerda em relação à política no Brasil a partir
de 2016. Apesar de ser essa uma atividade intensa e ostensiva, muitos ainda não
entenderam o quanto ela é eficaz. Quem é de esquerda acredita. Se duvidar, dê
uma olhada no que milhões afirmam insistentemente nas redes sociais. Para
sucesso dessa desinformação, convergem, entre outros, certos partidos políticos,
grandes empresas nacionais e estrangeiras de comunicação alinhadas com a
esquerda mundial e seus correspondentes lá e cá, governos e ONGs com interesses
contrariados em nosso país. E por aí vai a rede, desinformando e desorientando
opiniões. A esse elemento, essencial à sobrevivência da esquerda, somam-se a
notória sensibilidade do Papa às teses dessa corrente ideológica (esquerda
populista), a atividade de nossa conhecida CNBB, e a proximidade de Francisco
com D. Cláudio Hummes (cardeal mais próximo dele e amigo pessoal de Lula há
mais de meio século).
Quando o Papa diz a Lula que “é
bom vê-lo caminhando na rua”, revela sua convicção de que está diante de um
“injustiçado” que, aliás, não pode “sair para a rua” porque recebe vaia. Uma
gigantesca desinformação, à qual pessoalmente se integrou, sobre a realidade
brasileira. E não lhe faltam desinformantes. Assim, não me surpreende, também,
que as notícias dessa audiência mencionem acriticamente haverem, os dois,
discutido e pensado “soluções sobre injustiças e desigualdades no mundo”.
Para quem sabe como a banda
toca, pode haver maior incompatibilidade quanto a do interlocutor do Papa e
essa pauta? Lula teve um passado humilde e tem um presente abastado. Quanto do
que é seu, abriu aos pobres? Não há senão hipocrisia nisso que os franceses
chamam bourgeoisie de gauche (burguesia de esquerda). A propósito, Louis
Maurin, diretor do francês Laboratório das Desigualdades, parece tratar do
Brasil e não da sua França quando fala em burguesia cultural...
Lula é réu condenado em dois
processos por corrupção passiva e responde a outras quatro ou cinco ações
semelhantes em diferentes juízos e tribunais. Os crimes por cuja prática tem
sido denunciado e condenado envolvem relações escusas com os interesses de
grandes empresas em negócios com o governo. Essas empresas e esses interesses,
durante a gestão lulista, ensejaram o surgimento de organizações criminosas que
beneficiaram partidos políticos da base do governo à esquerda e à direita,
transformando seus anos de gestão em tempos de desenfreada corrupção. Nunca na
história roubou-se tanto de um povo, amplificando “injustiças e desigualdades”.
Mais de R$ 14 bilhões são
previstos para recuperação pela força-tarefa de Curitiba. Destes, R$ 4 bilhões
já foram restituídos pelos ladrões. Numa ponta, a dinheirama financiou
campanhas, desequilibrou disputas eleitorais e comprometeu a representatividade
em nossa incipiente democracia. Noutra, construiu imensas fortunas pessoais. É
incalculável o dano que essa roubalheira causou à economia e aos mais pobres,
desencadeando desemprego e recessão.
É bom lembrar que Lula, em
audiência presidida pelo juiz Sérgio Moro, interrogado sobre quanto ganhava por
mês, reconheceu algo que não se pode admitir de uma pessoa adulta, não
interditada: não soube dizer quanto ganhava.
A governança instituída por ele
não inventou a corrupção, mas promoveu um upgrade de tais proporções que a mais
fornida conta corrente do visitante de Sua Santidade não era em algum banco,
mas no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht.
Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de
Letras, é arquiteto, empresário e escritor.
Um comentário:
O papa não está desinformado sobre o viés comunista das informações divulgadas sobre Lula e o Brasil. Como jesuíta, ele é esperto demais politicamente para isso (o fundador de sua ordem foi um nobre). Ele e Lula encenam, cada um com sua estratégia.
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