Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fábio
Chazyn
Ah, que
saudades dos tempos dos assaltantes pé-de-chinelo. Declamavam o velho “a Bolsa
ou a Vida” e a gente não titubeava e, claro, entregava a bolsa. Mesmo nestes
tempos de corona-vírus, sob a ordem de “Reclusão ou a Vida”, a maior parte das
pessoas parece preferir não correr o risco.
Agora,
quando se trata de proteger o leite-das-crianças ou um presidente que aceita
todo o tipo de provocação parecendo
jogar contra ele mesmo, aí a opção “a Bolsa ou Bolsonaro” vira dilema...
A
propósito, essa época de corona-vírus, nos obrigando à opção pela vida, lembra
a estória que nos contaram os antigos. Falavam de um personagem que, por
excesso de arrogância, os deuses condenaram a empurrar eternamente uma pedra
pesadíssima ladeira acima, que incessantemente rolava ladeira abaixo.
A opção era
a perda da sua imortalidade. Alguns interpretam o Mito de Sísifo como exemplo
da falta-de-sentido-da-vida e, outros, esse trabalho interminável e
sem-propósito como o merecido-castigo-de-quem-peca-por-soberba.
Mas,
pensando bem, pecadores ou não, todos nós nos identificamos um pouco com o
Sísifo. A rotina dele parece com o nosso cotidiano. Como ele, estamos em luta
permanente mesmo sem ter certeza do propósito das coisas que fazemos... Porém,
para não ver a vida como castigo, vamos fazendo o que temos que fazer olhando o
lado positivo do nosso dia-a-dia e acreditando que “o que conta não é o
destino, é a viagem”... E assim, como Sísifo, vamos seguindo agradecendo a
chance de poder ir carregando a nossa pedra ladeira acima porque a alternativa
é apavorante...
De que
pedra reclama o presidente Bolsonaro? De ter perdido a liberdade de expressar
seu ponto-de-vista sobre como reagir à epidemia do corona-vírus? Reclama da
mídia mercenária, como se não conhecesse a realidade do desafio que escolheu
como campo-de-batalha? Por que não vê o lado positivo das coisas e aproveita
oportunidades? Por que não faz, do limão, uma limonada?
Esse
corona-vírus veio para nos abrir os olhos. Veio nos mostrar que não temos a
liberdade de expressão, nem a de ir-e-vir. Veio para nos fazer pensar como
chegamos a esse ponto. Está nos mostrando que o atentado à liberdade só
prospera quando o nosso caráter moral entra em crise. É o preço que temos que
pagar por não termos tido Constituições preocupadas em cultivar o caráter dos
indivíduos.
Já foi o
tempo em que pudemos aprender essa lição quando, a pretexto da nossa
incapacidade de assumir responsabilidades morais, nossos direitos individuais
foram sacrificados para beneficiar os direitos coletivos, impostos pela
“vontade-geral” com a baioneta-da-lei-escrita.
Optamos, há
tempos, pelo império-da-lei sobre o império-da-moral. Aceitamos que só podemos
fazer o que não é proibido ao invés de nos permitirmos tudo, exceto a falta de
compaixão e de bom-senso. Esse teria sido o caminho para a emancipação do
cidadão; do cultivo da essência da cidadania; o eterno escudo contra atentados
às nossas liberdades.
De que
adianta reclamarmos agora? É mais útil tomarmos consciência e, conseguindo usar
o limão, fazer dele a limonada. Contra o assalto das forças retrógradas dos
tempos da roubalheira do PT e da reação das massas ignorantes passíveis de
manipulação mediática, vamos focar no que interessa à emancipação do cidadão e,
somente a partir daí, sonhar com a prosperidade da Nação.
Bolsonaro
foi eleito porque empunhou a bandeira do “mais Brasil e menos Brasília”. É à
essa promessa que ele deve lealdade. Ele tem que parar de reclamar que a
raposa-gosta-das-galinhas e enfim passar a cumprir a promessa de dar mais poder
aos Municípios e menos poder à burocracia centralizada e centralizadora.
Para os que
veem no Mito do Sísifo uma lição de otimismo, a hora é de despejar dinheiro
diretamente onde o cidadão vive, implantando o Voto Distrital, sem o que ele
nunca terá condições de fiscalizar a sua aplicação.
Sim. É a
oportunidade de fazer, do limão, a esperada limonada. É a oportunidade que o
corona-vírus propiciou para Bolsonaro resgatar a vítima e, ao mesmo tempo,
blindá-la definitivamente contra as garras dos assaltantes de colarinho-branco.
Ou isso, ou
o cidadão vai ter que optar entre entregar a bolsa ou o Bolsonaro!
Fabio Chazyn, autor do livro “O Brasil Tem Futuro?” recém-lançado. Adquira seu exemplar pelo site https://clubedeautores.com.br/livro/o-brasil-tem-futuro
2 comentários:
“Instamos que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China”..... Pensei que já tinha visto tudo...Temos um vice Rei no Brasil.. ou melhor um Vice-Lei.....faz reuniões com governadores e dá esporros diarios em deputados e minstros...obedece quem tem juizo...
PERGUNTARAM A DEUS SE O BRASIL TEM FUTURO ?.. E ELE RESPONDEU : nÃO NO MEU MANDATO...
Postar um comentário