Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz
Gonzaga Schroeder Lessa
Os tempos presentes são de
incompreensão e intolerância.
São tempos de guerra onde todos deveriam ter um só
foco – a união plena para a salvação da Nação. Todavia, o que prepondera é a
prevalência de interesses subalternos, que parecem desconhecer a gravidade do
momento político que desafia e ameaça os valores até aqui desfrutados pelos
brasileiros.
Sem dúvida alguma vivemos o momento mais crítico,
mais desafiador, enfrentado pelo nosso país, desde o momento em que começamos a
pensar, agir e sentir como Nação. A pandemia do coronavirus que, inopinadamente
e qual praga maldita desabou sobre o país, magnificou as históricas
divergências entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que marcham
em compassos e direções divergentes, esvaindo os seus escassos recursos em
causas menores que comprometem o efetivo combate ao COVID-19, pandemia que
desafia toda a humanidade.
Definitivamente, os integrantes desses poderes não
se aperceberam e se convenceram de que estamos travando uma guerra sem sangue,
mas nem por isso menos cruel, desigual, contra um inimigo invisível, que dia a
dia dizima centenas de pessoas. Indefesas e amedrontadas, só lhes resta confiar
nas ações de socorro do poder público, nem sempre oportunas. Insensíveis,
transformam os mortos em simples números, fria estatística, cujos corpos nem
sequer podem ser pranteados pelas suas famílias. É mais uma tragédia humana
que, a duras penas, temos que aceitar.
Quando recentemente celebramos a epopeia da
conquista de Montese, o mais cruento combate travado pela Força Expedicionária
Brasileira nos campos de batalha da Itália, na 2ª Guerra Mundial, é forçoso
comparar as nossas perdas totais de então com as presentes e futuras na luta
contra o COVID-19. Os mortos pelo coronavirus, na data de hoje, em apenas 2
meses, atingem a assustadora marca de 2700, valor 6 vezes superior ao de
pracinhas que heroicamente tombaram em solo italiano. De igual forma, o número
de infectados ultrapassa a 43.000 pessoas, mais do que o dobro dos efetivos
militares que enviamos à Itália, após 2 anos de intenso preparo e instrução.
Incrível que todo esse infortúnio tenha ocorrido em apenas 2 meses, números que
devem crescer vertiginosamente nos próximos meses. 2
A guerra contra o coronavirus motivará, ainda,
muitas lágrimas e sofrimentos a milhares de famílias brasileiras, não apenas
pelas perdas irreparáveis dos seus entes queridos, mas, também, pela
desorganização estrutural da economia e as imensas dificuldades na sua
retomada, desemprego em proporções alarmantes e destruição da harmonia em
milhares dos nossos lares, com consequências imprevisíveis para toda a
sociedade.
De fato, a face da guerra é outra, não declarada,
mas imensamente dolorosa e destruidora. A todos ameaça.
É, pois, incompreensível a disputa fraticida que
entre si travam os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como,
governos estaduais e municipais e mídia em geral, que transformaram o vírus no
seu principal agente político. Legislativo e Judiciário, por todas as formas,
buscam tolher ao máximo as ações do Executivo, sem analisar o seu mérito e
propriedade. Gostemos ou não, ainda que possam ser estimuladas e facilitadas
pelos Legislativo e Judiciário, cabe ao Executivo, como sua missão maior, a
responsabilidade de promover oportunas, democráticas, abrangentes e enérgicas
ações para restaurar a normalidade na vida do povo brasileiro, reduzindo o seu
sofrimento e renovando a sua esperança por dias melhores pós COVID-19. É a
essência do humanismo liberal que adotamos como forma de vida. É a política do
“todos juntos em uma só direção”, superando naturais dissenções e dificuldades
com um só objetivo: vencer a guerra.
Mas, não é o que vem acontecendo. Todos sabemos que
a Política é a arte de conversar. E de ceder. É o ofício dos que honram a Nação
pelos votos que receberam.
A minha longa permanência no Exército permitiu-me
viver os nossos mais cruciais problemas dos últimos 60 anos. Testemunhei como
fundamental, insubstituível, a arte de conversar. Graças a ela, em 1961, no
movimento político que ficou conhecido como “Legalidade”, por muito pouco, não
nos engalfinhamos em tresloucada guerra civil. Mas chegamos muito perto dela,
que só foi evitada com a arquitetura política que culminou no parlamentarismo,
fruto de intensa e dificílima negociação entre as partes.
Em 1963/1964, a guerra fria sufocou o Brasil,
radicalizando ao ponto de ruptura as ideologias que professavam os políticos de
então. As Forças Armadas, parcialmente divididas, foram afrontadas, hierarquia
e disciplina pisoteadas, os princípios basilares da cultura e da
família brasileira aviltados.
Nesse terrível quadro vigente, desagregador, capaz de ameaçar a federação e até mesmo a nossa soberania, antessala da comunização do país, tentou-se, até as últimas consequências, negociar. O comandante do 2° Exército, Gen Ex KRUEL, buscou insistentemente convencer o Presidente JOÃO GOULART, seu amigo, a conversar e a ceder. Fracassou. Se tivesse logrado êxito, possivelmente, não teria ocorrido a Contra-Revolução de 1964.
Nesse terrível quadro vigente, desagregador, capaz de ameaçar a federação e até mesmo a nossa soberania, antessala da comunização do país, tentou-se, até as últimas consequências, negociar. O comandante do 2° Exército, Gen Ex KRUEL, buscou insistentemente convencer o Presidente JOÃO GOULART, seu amigo, a conversar e a ceder. Fracassou. Se tivesse logrado êxito, possivelmente, não teria ocorrido a Contra-Revolução de 1964.
As posições intransigentes que os políticos da
atualidade veem tomando, impedindo e menosprezando negociações, destruindo as
frágeis pontes de entendimento existentes, podem nos levar a tempos
imprevisíveis, com até mesmo a quebra dos princípios constitucionais.
Sinto no presente momento político as mesmas
apreensões que no passado vivi, quando expus a minha carreira e a vida na
defesa da liberdade e da democracia do povo brasileiro.
Minha longa experiência grita dentro do meu ser que,
mais do que nunca, é preciso conversar, se não voluntariamente, com a pressão
das Forças Armadas, que têm sido o poder moderador e de equilíbrio nesses
últimos 20 anos na vida política brasileira. E na guerra que estamos travando,
que profundamente ameaça a sobrevivência do nosso povo, jamais poderão ficar
ausentes.
É TEMPO DE SE INSTITUIR UM CONSENSO POLÍTICO GERAL.É
EXIGÊNCIA DA SOCIEDADE.
O coronavirus pode vir a ser o fator de aglutinação,
de união, de convergência de pensamentos, políticas e ações (e não de divisão
como hoje ocorre), na busca de uma solução abrangente, patriótica , desapegada
de ódios e rancores que, sobretudo, tenha como foco os interesses maiores de
vida e de progresso da Nação Brasileira.
Luiz Gonzaga Schroeder Lessa é General de Exército
na reserva.
5 comentários:
A generalzada vai tirar a bunda do sofá quando o soldo dos ativos e inativos não pingar na conta no fim do mês...ai eles vão ficar valentes...mas pode ser tarde demais.... ......kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mais um milico positivista e com medo do corongavírus.Não é patriota de fato.
Viajou General. O povo está bebendo como nunca já que está de bobeira, sem chance de consenso.
Chinavírus não é isso tudo não, a parada mesmo é a rede 5G e sua radiação mortal. Acorda pra realidade.
Prezado General LESSA,para administrar a tremenda crise que nos assola , precisamos do General Médici, Geisel e Figueiredo,juntos. Nao será um Capitao,
que fala antes de pensar,e produz, com seus filhos, "lives" e crises todo o dia, que levará o País a um porto seguro. Hoje ele despediu a " Estrela" de seu governo, o santo guerreiro que lutou como poucos contra a corrupçao.
Que falta fazem os velhos Generais inteligentes,experientes, estratégicos, que sonhavam, como nós, com um Brasil maior !!
"Contrarrevolução", assim se escreve meu General.
E atenção: "Veem" é forma do verbo "Ver". A forma do verbo "Vir", também na terceira pessoa do plural do presente do indicativo é "Vêm".
Portanto, meu General errou ao escrever "As posições intransigentes que os políticos da atualidade VEEM tomando...".
A oração "Os políticos VÊM tomando posições intransigentes" é a que meu General deveria ter escrito.
A língua também é uma arma, General, e devemos saber usá-la.
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