Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Cássio
Guilherme
Das várias questões que se
apresentam ao Integralismo Linear, que se propõe a atualizar a doutrina
integralista e prepará-la para o Sec XXI, está a questão da visão do
Integralismo com relação aos Movimentos ditos identitários, situação não vivida
em larga escala pelo Integralismo nas suas origens e portanto
necessitando de um posicionamento vinculativo e linear atualizado. Cumpre-se
afirmar que os Integralistas e Linearistas, com propriedade e capacidade para
tal, se obrigam a linearizar, a estudar e apresentar novos
paradigmas para enfrentar as concepções modernas de filosofia, sociologia,
cientificismo e metafísica que ora nos encontram e nos confrontam, de acordo
com a determinação do Chefe Plínio Salgado no livro A DOUTRINA DO SIGMA: "
Os integralistas estudam... O Movimento é dinâmico e interpretativo de suas
realidades...".
Na década de 30, como preâmbulo
de nosso entendimento moderno, o Integralismo já havia encontrado uma realidade
de outras organizações ditas identitárias, como por exemplo a Frente Negra
Brasileira e a Ação Patrianovista. A primeira congregava defesa da negritude
nacional e se colocava contra a discriminação racial; a segunda
congregava monarquistas e simpatizantes da causa monárquica. Ambas tiveram
vários adeptos em comum com o Integralismo e receberam apoio e suporte em suas
reivindicações. No cenário moderno, em decorrência da total decadência moral e
cívica da Nação e dos países do ocidente, em todas as esferas de
convivência, se formaram uma plêiade de movimentos ditos
identitários, os quais inicialmente defendiam e continuam a
defender bandeiras históricas de grande relevância na sociedade. Entretanto,
depois de se contaminarem
e tornarem-se células partidárias, vinculados a partidos
políticos e Associações espúrias, adoeceram inevitavelmente pela
influência maligna de venenos nocivos ao corpo social ( um desses
venenos o marxismo cultural). Por conseguinte, tudo hoje pode ser considerado
identitário: movimento feminista, homossexualista, gnosticista, racista,
skatista, gordista, veganista e por ai vai. A idéia da forma se sobrepôs a
essência das legítimas e urgentes aspirações de cada grupo individualmente.
Lembrando que os movimentos revolucionários comunistas e anarquistas se
apossaram desses outros sub-movimentos identitários como forma de açambarcar um
grupo maior de adeptos, sem qualquer compromisso com a vinculação direta às
reivindicações dos grupos. Outra característica importante é que
partidos políticos e até igrejas se apossaram também do foco dos movimentos
identitários e subverteram completamente as intenções individuais de cada
movimento. A primazia de berros individuais se sobrepôs ao choro da
coletividade.
O fenômeno dos movimentos
identitários na atualidade é de suma importância em se considerando análise
sociológica para os Integralistas e Linearistas. Não somente por que é arma das
esquerdas marxistas em perpetuar a convulsão social e alimentar as revoluções
dentro do seio da sociedade, razão de ser do marxismo, mas também por que
pulveriza os interesses dos cidadãos em questões pontuais, não nacionais. No
momento que mais precisamos congregar a todos em torno da solução de problemas nacionais
gigantescos, que só podem ser resolvidos com a colaboração universal das
pessoas, os movimentos identitários sorrateiramente afastam o esforço de cura
das mazelas sociais do tecido social. A tábua rasa dos espectros politicos a
esquerda e até a direita torna as aspirações de todos os matizes como questões
meramente de interesse político, não de interesse social e filosófico. Também
lembrando que: chamar tais ou quais movimentos sociais de identitário é
resumir, encerrar, limitar o movimento ou os movimentos a apenas uma de suas
facetas, a chamada definição, àquela gama de características que lhe dá sentido
de grupo. Ao fazer isso, o locutor abandona, nega, combate todas as outras
características, sociais, políticas, históricas e conjunturais. Curiosamente, o
marxismo cultural e o anarquismo, que são em última instância ávidos
apropriadores das bandeiras identitárias, na sanha de promover a já descrita
convulsão social e a libertinagem das massas, acabam por fragilizar em tese a
luta de classes, que fica empobrecida por bandeiras cada vez mais dissociadas e
individualizadas. O movimento de identidades pulverizadas acaba por conferir a
lutas históricas um caráter subjetivo e até romântico, em detrimento de
propostas concretas e factíveis para o beneficiamento imediato das pretensões
de cada grupo.
O movimento do direito das mulheres é engolido pelo direito
feminista; a busca do fim da discriminação racial é engolido pelas cotas
raciais heterogêneas de alguns beneficiados; a luta por igualdade e respeito de
gênero dos homossexuais é engolida pela perversão moral dos espetáculos
urbanos de sodomia e lesbianismo baratos. Tudo isso agrada e muito a
mídia engajada em promover bizarrices, não em defender minorias. A luta pela
emancipação das lídimas características humanas e sociais se transformam em
resumos de birras e choradeiras de alguns pouquíssimos grupos engajados
politicamente.
Posto todas essas questões
preliminares complexas queremos responder a pergunta: afinal de
contas, os Integralistas e Linearistas são contra ou a favor dos identitários ??
Apóiam ou não as feministas ?? São a favor dos homossexuais ?? São
veganos ?? São favoráveis aos quilombolas e indígenas ?? São
conservadores ou revolucionários ?? Acima dos conceitos epistemológicos,
acadêmicos e maniqueístas faz-se necessário algumas considerações para
responder as perguntas apresentadas. O Integralismo Linear, tendo como base o
Manifesto de Outubro de 1932, coloca-se frontalmente contrário a qualquer
dissociação e diversificação de interesses, que não agregam para a solução dos
problemas de vulto nacionais.
Assim, questões como igualdade de gênero,
saneamento básico, direito dos animais, poluição ambiental,
desemprego, direito a moradia, direito a educação universal,
igualdade racial, direito a terra indígena, não podem ser apropriadas por
grupos que simetrizam suas importâncias miúdas em detrimento do todo como
agente transformador. Todos devem brigar por direitos e também por deveres. O
individualismo não pode suplantar o direito do outro e da sociedade. Por uma
questão cientificista não podemos ser reducionistas. A visão do conjunto não
pode ser estreitada na lupa de situações indeléveis localizadas e
particularizadas. A macroestrutura interpretativa precisa suplantar o
microcosmo de interesses pessoais. Nesse sentido o Movimento
Integralista e Linearista Brasileiro MIL-B defende a essência e não a forma. Os
Integralistas e Linearistas defendem as ações afirmativas de inclusão, os
direitos diferenciados das mulheres, a igualdade e não discriminação dos
homossexuais, o veganismo, o direito dos animais, o direito ambiental, os
direitos indígenas, desde que estejam inseridos no contexto de engrandecimento
dos valores da pátria e da dignidade da pessoa humana e seu habitat. Todas
essas bandeiras são lídimas e terão nosso apoio e do Estado Corporativo
Integral e Linear, desde que se coloquem como coletivas e objetivas, e se
abjurem de qualquer caráter subjetivo, indefinido ou particular.
Dessa forma, os Integralistas e
Linearistas mais uma vez linearizam suas posições políticas, filosóficas,
sociológicas, cientificistas e epistemológicas dentro do nosso novo arcabouço
doutrinário. Defendemos a organicidade do corpo social. Todos os órgãos têm sua
importância e devem trabalhar em harmonia para que o corpo viva de forma
saudável. O fígado e o baço não podem reclamar privilégios frente aos outros
órgãos do corpo. Podem apenas requisitar que caso estejam doentes ou mesmo
fragilizados de ajuda, recebam mais atenção da orquestra corporal até se
alinharem com o mecanismo operacional da estrutura geral. A parte não pode
abalroar frontalmente o todo. Direitos e Deveres se encontram em igualdade de
condições no corpo social sadio. É o que tínhamos que analisar
e colocar.
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