Artigo no
Alerta Total – www.alertatotal.net
Por H. James Kutscka
Histórias
em quadrinhos por consenso geral, extrapolando a lista de Riccioto Canuto
publicada em 1923, são hoje consideradas a nona arte logo depois da televisão.
Até porque,
antes de qualquer filme ou produção de Tv, é necessário ter-se um story board,
que nada mais é que uma sequência em quadrinhos do que virá a ser filmado ou
gravado em VT. Sem Isso, a decupagem e a
produção seriam impossíveis de serem levadas a cabo.
Como no
cinema, os quadrinhos começaram mudos até que em 1895, desenhado por Richard
Fanton Outcoult seu personagem Yellow Kid falou pela primeira vez em uma
tirinha publicada no New York Sunday World de 5 de abril, periódico de
propriedade de Joseph Pulitzer, imigrante húngaro que dá hoje nome ao prêmio
mais importante do jornalismo.
A partir
dai, os personagens não pararam mais de emitir opiniões.
As
observações sempre mordazes do menino oriental, habitante do Hogans Alley em
New York, saiam estampadas na sua túnica amarela enquanto do resto dos
personagens aparecia no que seria o primórdio dos “balloons” de hoje.
De lá para
cá muita coisa aconteceu com a nona arte, talvez a mais importante e absurda
delas, foi nos anos 50 a cruzada do psiquiatra Norte-americano Fredric Werthan,
autor do livro “Seduction of the innocent” que resultou no Comic Code Authority .
O tal código
aprovado pelo subcomitê de delinquência juvenil do senado norte americano,
proibia desenhos contendo cenas de nudez, violência, além de palavras como:
terror, horror ou qualquer frase considerada vulgar, profana ou obscena pelos
censores.
Não ficava
por aí; estavam também proibidas histórias que apresentassem qualquer tipo de
questionamento de autoridade, seja de pais, policiais, juízes militares
governantes ou representantes de religiões (qualquer semelhança com as atuais
medidas tomadas pelo STF contra youtubers, evidentemente é mera coincidência)
Por
incrível que possa parecer, essas medidas duraram (abrandadas é claro) no caso
da Marvel até 2011.
Mas o que
interessa para esse artigo, aconteceu em 1963, quando Stan Lee e Steve Ditko
deram a conhecer ao mundo o Fantástico Homem Aranha.
Um jovem
universitário órfão, Peter Parker que mora com seu tio Ben e sua tia May é
mordido, em um laboratório, por uma aranha radioativa e ganha superpoderes.
A principio
ele pensa em usar a super força para vencer lutas de box e ajudar em casa, mas
sua vida muda quando seu tio é assassinado
durante um assalto praticado por um indivíduo que em
uma ocasião anterior, ele havia visto assaltando um desconhecido e não
interferira, por pensar que isso não lhe dizia respeito.
Esse é o
momento em que Stan Lee se supera.
Ao
encontrar seu tio a beira da morte em um beco e arrepender-se em voz alta de
não ter detido o malfeitor quando o vira pela primeira vez, ouve do tio a
seguinte frase: - Lembre-se sempre
Peter, com grandes poderes vem grandes responsabilidades.
A autoria
da frase é discutível, alguns a põe na conta de Voltaire no século XVII, outros
atribuem sua origem a Bíblia em Lucas 12:48 “Daqueles a quem foi confiado
muito, muito mais será pedido”.
Consta que versões
muito parecidas foram usadas por Winston Churchill e até Franklin Delano
Roosevelt, de onde se nota claramente que esse conselho não tem prazo de
validade.
No dia 26
de março de 2015, uma juíza da Suprema
Corte dos Estados Unidos da América ( Elena
Kegan ) em uma disputa por direitos que envolvia a Marvel e um fabricante de brinquedos que havia
criado um lançador de teias como o do herói dos quadrinhos e detinha a patente, deu ganho de causa à
Marvel com a seguinte frase: As patentes
dão aos seu donos super poderes, mas apenas por tempo limitado.
Quadrinhos
também é cultura.
Parece que
nossos ministros do Supremo, nossos congressistas, nossos membros da OAB, não
tiveram infância, ou ao menos nunca leram uma história em quadrinho.
Estamos assistindo
a diário onze abutres com super poderes vitalícios, fazendo o que bem entendem
com as leis e com a constituição.
Nosso
presidente sendo agredido por palavras, gestos e obras; nosso exército de
pijama reagindo como pode, por carta, enquanto os da ativa convenientemente
seguem inativos.
O nosso
Ministro da Educação por falar em uma reunião fechada, uma verdade que está
trancada na garganta dos brasileiros há muito tempo, busca asilo fora do país
para não ser preso.
O homem
aranha tem um arqui-inimigo chamado Vulture (Abutre), nós temos onze vitalícios
nomeados pela maior escória que já governou essas terras.
Das duas
uma, ou mudamos a constituição para tirar o cargo vitalício deles (isso demora)
ou chamamos o Homem Aranha e os Vingadores e vamos para o pau.
Cansei de
dizer cansei.
Um comentário:
Enquanto os da ativa convenientemente seguem inativos.... Dizem que os camelôs estão vendendo calcinhas rosa em frente aos quarteis...eu nunca vi mas internet aceita tudo...
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