Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Evandro Pontes
Talvez o quarteto mágico de Zagallo, a escalação de Davi Luiz na Copa do
Brasil e a reeleição de Dilma superem em non sense a ideia de se
resolver uma perseguição política no Brasil pedindo ajuda da ONU, da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, do Tribunal de Haia, da Comissão de
Direitos Humanos de não-sei-onde e outros 150 órgãos globalistas que querem ver
a cabeça de Jair Bolsonaro em uma bandeja de prata.
Não seria tão ruim assim se esses tais mesmos
órgãos não estivessem ali, lambendo os dedinhos para saborear a entrada desse
manjar macabro: cabecinhas de conservadores ao sott’olio…
Escrita em um guardanapo a ideia é absurda em si, pois embute,
estrategicamente, um jogo de perde-perde para o Brasil: se a ONU disser que eu
tenho razão, dou a ela razão em seu discursete de que quando o “calo
aperta”, só ela pode me salvar, alçando-a à condição de uma espécie de Chapolim
Colorado da Justiça Mundial; se a ONU disser que eu não tenho razão, ai eu vou
recorrer a quem se ela legitimar a ação do STF?
Juridicamente, qualquer estudante de direito de esquerda sabe
que as decisões da ONU et caterva são inexequíveis e tem aquela
carinha de “órgão de consulta”. Graças a Deus (sim, a Ele e a mais ninguém) o
tal do governo mundial não existe (embora muitos torçam por ele e, pasmem, até
uns soit disant conservadores passaram para esse lado da
arquibancada). Somos soberanistas e além de reconhecer, como qualquer
esquerdista que são ações por ora inexequíveis, temos também certo asco pela
ideia que motiva a existência da ONU, o órgão mais anticristão e antissemita do
mundo hoje.
A ideia é tão estapafúrdia quanto seria pedir
em 1942, à direção do NSDAP, que acabassem com os campos de extermínio na
Polônia.
Não me cabe aqui fazer retórica chula: já fui advertido que o foco da
ação (já chamada por ai de “extra-judicial”) é de efeito meramente político –
dar-se-ia “peso” a uma reclamação pela quantidade de aderentes e ai sim, com a
graça da lógica (jamais de Deus), teríamos um exposed dos abusos
cometidos pelos ministros do STF. Pois bem – para que
esse exposed seja eficaz, é necessário que quem tenha o poder de
expor, leia-se, a imprensa, o faça de maneira a colaborar com a tese lá
protocolizada.
Eu vos pergunto: alguém ai confia na imprensa e na forma como essa ação
será narrada nos microfones e teclados controlados pela patota mainstream?
Pensem ai no especialista em políticas
internacionais da Globo News, o jornalista Guga Chacra: como vocês acham,
honestamente, que esse jornalista vai conduzir, sob o ponto de vista do
jornalismo político, qualquer resultado que seja em face dessa demanda?
Como vocês acham que a imprensa paulista, hoje ajudada por milhões de
reais irrigados pelo governo do Estado de SP, vai abordar o tema? Estado esse
governado por alguém que o próprio Ministro Alexandre de Moraes fez campanha,
em seus tempos de militante… o que vocês acham que vai sair desse exposed?
Como vocês acham que o The New York Times, de Carlos Slim, o mesmo
dono da Claro e que controla a Net (sistema de informação de TV a Cabo do
sistema Globo), vai dizer sobre o que está acontecendo no Brasil? Vai falar a
verdade ou vai reforçar o discurso de que há no Brasil uma ditadura sob a
presidência de Jair Bolsonaro?
O que vocês acham que o Haaretz de Israel vai dizer sobre essa
ação? O DW? O Le Monde?
Por favor – parem e pensem só um pouco…
Qual tipo de vitória se acha que seria obtida
com essa medida?
Vejam – eu não quero ter razão: eu quero vencer!
E para vencer, Olavo de Carvalho já notou: é
preciso DESTRUIR a esquerda e o globalismo. Qual tipo de sobrevida ou reforço
retórico eu daria ao meu inimigo reconhecendo a autoridade dele para me dizer o
que eu já sei, ora bolas!
Eu sei e todos sabem que vivemos numa
ditadura, que o inquérito é ilegal e etc. Não preciso da ONU para isso.
Fui ainda advertido que ao buscar a
visibilidade do problema via ONU, eu consigo fazer com que nações amigas me
apoiem: EUA, Israel, Japão, Itália, etc, etc, etc.
Pois bem – se quero o apoio delas, porque não vou diretamente a
elas? Por que não me conecto com meus pares? Por que não falo com Alex Jones e
Joseph Paul Watson? Por que não falo com os contatos que temos em Israel e
Japão diretamente para fazer essa ação política prevalecer e ganhar
repercussão?
Alguém ai acha que Alex Jones vai se sensibilizar quando ver o
meu case na ONU ou ele vai simplesmente olhar com aquele semblante
alborghético dele e declarar: o Brasil é um caso perdido…?
Lendo os pedidos, notei de fato que a capacidade jurídica de quem
escreveu é bem reduzida, mas, pior, é a capacidade de leitura do cenário
político – e com aquele palavreado feio, rançoso, subserviente ao próprio STF e
aos globalistas, desnuda-se mais uma vez a face mais obscura da corrupção da
inteligência jurídica: soluções globalistas para um governo que está sendo
acossado pelo… globalismo!
A ideia é não só ruim, mas perigosa.
O tiro não só pode como tem grandes
possibilidades de sair pela culatra e precipitar uma pressão que não existia,
em cima de um governo que já está internamente combalido e entregue ao
positivismo.
E antes que me venham dizer que estou aqui fazendo papel de “turma do
amendoim” sem entrar em campo para buscar soluções, convoco que façam uma busca
em todos os textos que escrevi até hoje e lá acharão inúmeras
propostas, todas internas.
O último, inclusive, conclamava o presidente Jair Bolsonaro a esquecer a
sua função como governante e que passasse a assumir a sua função
como estadista.
Presidente Jair Bolsonaro, nós precisamos mais do senhor do que da ONU –
seja o estadista que todos se orgulharão de declarar terem votado.
E nisso, retomo aqui algumas soluções propostas
no passado:
1. declarar o estado de
emergência de fato que estamos vivendo e nesse mesmo ato, libertar o
Brasil institucionalmente, decretando a reabertura do Legislativo e do
Judiciário (é falsa a ideia da isentoleft de que “as instituições estão funcionando”
– Não! Não estão!);
2. nessa ocasião ofereça ao
povo um projeto de constituição para que o povo vote em plebiscito ou referendo
(o povo poderá optar em ficar com o atual sistema ou com o sistema que V.Exa.
estiver propondo);
3. restaure e mantenha
íntegro, por decreto, o art. 5º da CF e reconheça que o STF destruiu a CF/88 ao
deixá-la de aplicar desde o início do Inquérito do Fim do Mundo;
4. pesquisem sobre minhas
propostas de reforma do Judiciário (especialmente de reforma de sua cúpula);
5. reforce a liberdade
econômica e abra a nossa economia definitivamente, seguindo as recomendações
nesse sentido dadas pelo Ministro Guedes;
6. ofereça o Brasil aos EUA
como alternativa à China e proponha a mudança de empresas americanas da China
para produzir em solo brasileiro;
7. exerça o
seu munus como Chefe do Estado Maior: este, no caso, não consulta
generais; ele dá ordens a generais que devem cumpri-la – na ausência
de cumprimento, temos configurado crime militar.
As soluções para o nosso Brasil devem ser
entabuladas em território nacional. Nunca, jamais, em hipótese alguma, sob a
ajuda de barões globalistas ou em salas fechadas pelas mãos de juízes
progressistas que ninguém sequer sabe o nome e o que pensam.
Isso é um erro. Enorme. E ao meu ver, é o
maior equívoco do mundo.
Evandro Pontes é Advogado, Filólogo, Mestre e Doutor em Direito
Societário pela USP, MBA pela BSP, Professor Doutor no Insper. Foi pesquisador
visitante na Universidade da Virginia (EUA) e no Instituto Max Planck
(Freiburg, Alemanha). Originalmente publicado no site Conexão Política.
3 comentários:
Excelente texto mas por favor não compare o astrólogo Olavo de Curvaio com os guerreiros Alex Jones e Paul Watson...
www.planetaprisao.wordpress tem vários artigos traduzidos de bons sites americanos, dê uma olhada.
Com que, então, o astuto idoso se deu mal? A ver!
Vamos ficar aqui lendo esses livros.
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