Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fábio Wajngarten
É fora de
qualquer padrão jornalístico civilizado o artigo assinado pelo jornalista Hélio
Schwartsman, publicado na edição de 8 de julho da Folha de S.Paulo e intitulado
“Por que torço para que Bolsonaro morra”.
As
divergências políticas não podem ultrapassar a razoabilidade e o respeito às
instituições que cada um de nós, agentes públicos envolvidos no debate político
do país, representa. Seja na imprensa, seja no governo.
A
democracia brasileira tem como um dos seus principais preceitos a liberdade de
imprensa e a liberdade de expressão, mas também tem os seus limites definidos
pela ética e moral de cada um e pelo respeito aos Poderes da República e à lei.
O Estado de
Direito, como bem lembra o ministro da Justiça e Segurança Pública, André
Mendonça, tem direitos fundamentais a serem seguidos por todos.
Não existem
direitos fundamentais absolutos. A liberdade de imprensa e a liberdade de
expressão são direitos fundamentais do Estado de Direito, mas devem se submeter
à lei.
Daí advém a
resposta do governo, dentro da legislação em vigor com a Lei de Segurança
Nacional, interpelar o jornalista para a abertura de um inquérito no âmbito da
Polícia Federal e ouvir suas explicações e motivações.
Por muito
menos, recentemente o Supremo Tribunal Federal determinou a prisão de diversos
jornalistas, youtubers e blogueiros que teriam atentado, com palavras, artigos
e postagens, contra integridade dos ministros da corte e de seus familiares.
A resposta
do governo é politica e dentro da lei. Afinal, o articulista fez um ataque
direto e frontal à figura institucional da Presidência da República. Não há
como ficar calado e imaginar que a liberdade de imprensa permite tudo a todos e
é aval para a impunidade. Não é.
O artigo
não é uma exposição de ideias, e sim um manifesto-desejo de ver alguém morto
porque discorda de suas propostas e de seus atos administrativos, ou porque não
quer vê-lo exercendo a Presidência da República.
É,
principalmente, um gesto antidemocrático, de alguém que exerce a liberdade de
expressão, garantida pela Constituição, para destilar seu ódio contra uma
pessoa, contra o Presidente da República. Sem argumentos, mas carregado de uma
violência descabida.
A postura
do autor nos remete à discussão sobre onde realmente está localizado o
“gabinete do ódio” que a imprensa tanto fala. Se em Brasília ou na mente de
articulistas que diariamente expelem críticas das mais variadas ordem —da
pessoal à política— contra o governo e em especial contra o presidente Jair
Bolsonaro e seus familiares.
Desejar a
morte do presidente da República é um ato antidemocrático e carregado de
significações. É também desrespeitar a vontade da maioria da população
brasileira, expressa nos 57 milhões de votos que o conduziram ao Palácio do
Planalto.
Tentar
desumanizar a figura do presidente, tornando-o alvo da sanha de um articulista
pode estimular novas investidas contra o principal mandatário do país, que
quase perdeu a vida na campanha eleitoral. E isso não pode jamais ser esquecido.
Há uma
sutil identificação entre Adélio Bispo e o autor do artigo e os seus desejos de
morte do presidente da República. Um usou a faca e está preso. O outro usou as
palavras e continuará exercendo a liberdade de imprensa para estimular novos
ataques a figuras políticas, a não ser que esbarre na devida punição legal.
Quando a
linguagem odiosa de um articulista é veiculada abertamente por um órgão de
comunicação, sem que haja qualquer tipo de pudor em usá-la, é algo que preocupa
a liberdade individual de cada um de nós.
O que se
estranha ainda mais é vermos o artigo ser publicado num veículo de comunicação
que diariamente critica alguns setores da sociedade e os acusa de propagarem o
ódio e a violência.
A Folha de
S.Paulo sempre ressalta que a opinião de seus articulistas não corresponde,
necessariamente, ao ponto de vista do jornal, e é uma maneira de o jornal
garantir a livre expressão de ideias.
Porém,
quando o presidente da República se utiliza de frases e expressões contundentes
é imediatamente rotulado de “genocida”, “machista”, “racista” ou outras
adjetivações. E, por vezes, é implacavelmente atacado em editoriais pelo uso de
“linguagem” inadequada...
Isso se
repete, na imprensa de maneira geral, quando algum agente político, ligado ao
presidente da República, expõe alguma ideia considerada “antidemocrática”. A
opinião é imediatamente vinculada a ele, como se fosse o responsável pelos atos
e declarações de apoiadores políticos.
O
presidente da República e sua equipe de governo continuam firmes no objetivo de
recuperar o país e de fazê-lo superar a pandemia. O respeito à Constituição, o
diálogo com outros Poderes e a implementação do programa de governo referendado
pelas urnas são o seu principal objetivo.
Mesmo com
as injustiças, mesmo com as incompreensões daqueles que “defendem a
democracia”, daqueles adversários políticos que pregam a conciliação entre
todos para o bem do Brasil, mas que em artigos como esse mostram a sua
verdadeira face, a do ódio implacável.
2 comentários:
O gabinete do ódio está ai na FOICE DE SP......canalhas e covardes...querem dinheiro publico para falar bem do governo.. não terão....
Devido a suas peculiaridades históricas a sociedade brasileira não esta engolindo muito bem este projeto do monopólio sobre as fakenews, aprovado de forma apressada no Senado Federal, não está emplacando. Primeiro a opinião pública deve ser moldada (manipulada), de modo a ver esta famigerada lei da mordaça como algo bom.
Schwartsman levanta a bola pra Wajngarten cortar – por vezes acho que esse pessoal joga tudo no mesmo time. Minha decepção é bem maior com este último, o Secretário Especial de Comunicação deveria demonstrar maior integridade moral nessa hora. O respeito à liberdade de expressão e pensamento também vale pra quem fala impropérios. O hiato é enorme entre o falar e o agir. Não se iludam, o projeto das fakenews só vai alcançar blogueiros, twiteiros, comentaristas, youtubers e facebookers ou seja, o povão. A grande mídia corporativa vai continuar fazendo o que sempre fez, propaganda e fakenews.
A tutela da verdade pelo Estado é algo impensável! Já ficou claro que o “progressismo” é a única “verdade” no Judiciário. Os pensadores, filósofos e escritores sentiram na pele, no regime de terror do pequeno Alexandre, como é viver em submissão a um “Ministro da Verdade”. Será que eu cometi algum crime, será que posso dizer isso ou aquilo, será que hoje serei preso? É uma realidade sombria e cinza onde a criatividade do espírito humano é ferida de morte; não desejo isso nem pro Schwartsman.
Portanto, nobre Secretário Wajngarten, vossa excelência (letras minúsculas mesmo) está completamente equivocado! Prefiro ouvir (ou ler) as merdas de alguns Schwartsmans da vida e manter intacta minha preciosa liberdade de expressão e pensamento. Vai saber, um dia, sob o peso do Alzheimer, serei eu falando merda...
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