Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Percival Puggina
No dia 19 de julho a imprensa nacional informou que 716 mil empresas haviam fechado as portas no Brasil em virtude da pandemia. E o coronavírus seguirá, setembro adentro, vitimando, também, esses ambientes proveitosos à vida humana que são as empresas privadas.
Digo isso ciente de que, infelizmente, essa
não é uma percepção comum. A população brasileira transita, inadvertida e
submissa, em meio a instrumentos de doutrinação e domínio das mentes sob os
quais se predispõe a considerar o ambiente empresarial como um lugar de
opressão e submissão para exploração. Não percebem – tantos brasileiros! – quão
submissos estão, isto sim, à opressão e à mistificação ideológica. Não é por
outro motivo que, em tempos de pandemia, tanto se fala em opção entre vida e
dinheiro. No entanto, esses locais que chamamos empresa, escritório, firma,
fábrica, loja, venda, estão para a vida humana assim como os recifes de coral
estão para a vida marinha nas cálidas águas tropicais.
Empresas funcionam à semelhança dos ecossistemas.
Quando fatores externos agem de modo descuidado, estabanado, todo o sistema
padece esse impacto afetando os organismos que ali se desenvolvem e
inter-relacionam. Acho que não preciso fazer prova dessas afirmações. Estamos
vendo acontecer. Até aqui, aliás, este texto é meramente descritivo. Mas tem
mais.
Quando, em 2013 a cidade de Detroit quebrou, a
maior parte de seu imenso parque automobilístico já havia encerrado atividades
ou ido embora. A população caiu de dois milhões para cerca de 700 mil habitantes.
Setores da cidade e imensos pavilhões industriais proporcionaram cenários para
filmes de zumbis. Pelo viés oposto, são os negócios, a atividade mercantil, a
manufatura, a prestação de serviços que a seu modo viabilizam a vida, a
realização dos sonhos, as famílias e seus projetos. A vida e a liberdade.
Dez mil lojas de variados portes fecharam no
Rio Grande do Sul. Não suportaram. Seus proprietários chegaram ao mês de maio
com seus recursos esgotados diante de mais de dois meses com as portas fechadas
desnecessariamente porque o vírus andava longe daqui. Quando ele chegou, teve
início o abre e fecha, tipo sanfona de gaiteiro preguiçoso, muito mais tempo
fechada do que aberta. Vieram os horários estapafúrdios, veio a arbitrariedade
das agendas de funcionamento tiradas de mero arbítrio da autoridade, veio a
onipresente ameaça do lockdown geral a afugentar ainda mais a vida de seu
sustento.
Repito: a afugentar a vida de seu sustento!
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