Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão
A pandemia fez com que fossem acesos
os sinais do verdadeiro e autêntico papel do Estado Brasileiro na ordem
econômica, política e social, uma vez que milhões de brasileiros estão
desempregados e o auxílio emergencial apenas foi uma gota no oceano para sobrevivência
de muitos cidadãos infelicitados pela pandemia.
O tamanho do Estado haverá de ser
revisto, mas como isso acontecerá se todos ou a maioria dos setores da economia
deseja impulso do negócio com dinheiro e participação do próprio Estado? Temos
um apoiamento frágil e um mercado desmontado de pouca ou nenhuma
concorrência, provavelmente que a missão do Estado será de igualar mais os
cidadãos fazer emergir uma forte classe média e por fim aos privilégios de
alguns setores,inclusive do funcionalismo.
A fim de que tudo possa ser
implementado precisaremos de várias reformas ao mesmo tempo,já que o
mecanismo de privatização é lento e politicamente causa abalo,notadamente
quando teremos pela frente eleições municipais.O Estado do Bem Estar Social
(Welfare State) foi transformado no Estado arrecadador e perdulário, sem
antagonismo ou protagonismo em reduzir as distâncias sociais e levar saúde e
educação à massa carente da população.
Os candidatos sempre bradam o mote que
levarão o melhor à sociedade necessitada mas quando eleitos já se despedem do
eleitorado e
se preocupam com a reeleição. Ponto primeiro, por fim a
reeleição em todos os poderes, notadamente no Executivo e no Legislativo, já
que no judiciário não há o voto popular e muitas nomeações se fazem mediante o
interesse político.
Finda a reeleição, passo seguinte é
adequar o número de funcionários, principalmente comissionados, à altura
da máquina emperrada que agora passa por enorme transformação pelo caráter
digital fruto da pandemia. Enxuta a máquina das estatais, do funcionalismo e do
viés político eleitoral a questão indispensável diz respeito à reforma
ampla e plural tributária, sem aumento de impostos mas com sinergia e redução
da carta para produtos essenciais,remédios e bens de consumo de primeira
necessidade.
Hoje já é comum prestadores de
serviços ofertarem preços sem notas e até mesmo orçamento, ou seja, o
empresário de uma forma geral não consegue sobreviver com a tributação
exagerada e sem compensação na cadeia de circulação de mercadorias, bens ou
serviços.
Derradeiro e não menos importante o
Estado Brasileiro deve abdicar de sua capacidade de servir elites e se
ocupar mais com a população sem recursos financeiros e se preocupar com a rota
da exclusão social. A partir do momento que o Estado despertar desta letargia e
abrir os olhos para sua função constitucional poderá assegurar saúde,cultura e
educação.
A pandemia deu conta de mostrar
quão importante é o setor de saúde e a maioria dos hospitais públicos
sucateada, e a rede privada cobrando o que quer,além de planos de saúde
trazendo aumentos e reajustes selados pelo órgão regulador para além da
capacidade do cidadão honesto e trabalhador.
Que a sociedade civil acorde e mostre seu papel para que o Estado não seja omisso na recuperação do tempo perdido ditado pela pandemia.
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