Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant´Ana
Na quinta-feira (10/09/2015), a agência de avaliação de
risco Standard &
Poor's (S&P) tirou o grau de investimento do Brasil.
Quer dizer, cassou
o selo de bom pagador "da gente". Em
consequência, correria de retirada
de capitais do país - fuga de investidores. É uma paulada
numa economia
que já está mal.
Ao saber do fato, Lula (o incorrigível) disse que o
rebaixamento do
Brasil " não significa nada; significa apenas que a
gente não pode fazer
o que eles querem; a gente tem de fazer o que a gente
quer" . Seria um
"selo" insignificante? Desconhecerá ele as
maléficas consequências do
rebaixamento? Ora, a fala de Lula é só mais uma tagarelice
de grêmio
estudantil.
Onde está a coerência? Em abril de 2008, quando a situação
era outra e a
S&P concedeu o grau de investimento ao Brasil, Lula
fez daqueles seus
discursos triunfalistas, alardeando o que chamou de
"grande conquista do
povo brasileiro". Ou seja, em 2008 o certificado de
bom pagador era
grande coisa!
Óbvio. É característico do populismo criar narrativas -
sem qualquer
preocupação com a verdade nem com a coerência - para
capturar a
"ingenuidade" da massa, da qual o regime depende
para sustentar-se. É
uma aposta na credulidade das pessoas e um investimento em
suas crenças.
Lula passou a vida inteira fazendo isso - desde que era
sindicalista. E
saberá fazer outra coisa?
Assemelha-se a certas pessoas com transtornos emocionais,
que, diante de
um problema, buscam um argumento, não uma solução. Não é
de duvidar que Lula acredite no que está dizendo.
E não será igual com Dilma Rousseff? Que fez ela no dia
seguinte ao
rebaixamento do Brasil pela S&P? Desviando a atenção
do fato (ou
tentando), ela veio retomou a velha tática de denunciar
inimigos
imaginários. Disse que existem pessoas torcendo pelo
"quanto pior,
melhor" e que a população deve repudiar quem aposta
na "catástrofe".
Disparou: "Vivemos em uma democracia. Enfrentamos
hoje um momento em que muita gente considera que quanto pior, melhor. Quanto
pior, melhor para uma minoria. Quanto pior, pior para o conjunto da população.
Nós devemos repudiar estes que querem sempre o desastre, sempre a catástrofe.
Este é um país democrático que conquistou com muito esforço a democracia".
Não vêm ao caso suas limitações de oradora. E o que
importa não é a
literalidade, mas o sentido que adquire o seu discurso.
Vamos ver. A
"esquerda confessional" - isto é, a banda
raivosa da esquerda, da qual o
PT é representante - costuma encenar uma permanente luta
contra inimigos imaginários. Ora, entre milhões de brasileiros que não mais
suportam este governo, decerto haverá algum que se enquadre no que Dilma está dizendo.
Mas é irrelevante. Não houve comemoração do rebaixamento.
O que ela verdadeiramente quer é ridicularizar toda e
qualquer crítica ao seu governo catastrófico. Aliás, o discurso dela
assemelha-se ao de alguns dos seus pares que, para desqualificar as
manifestações das ruas contra o governo, MENTEM, torcendo a realidade por meio
de generalizações, afirmando que as pessoas nas ruas simpatizam com Pinochet,
que querem golpe militar, etc.
Será que esse governo populista ainda consegue pastorear o
eleitorado?
Ao que parece, não. Um índice de aprovação popular menor
do que a
inflação do país dá a entender que ele já não consegue
manipular a
credulidade das pessoas como antes.
Permanece, contudo, uma curiosidade: qual (ou como) será o
"estado de
consciência" das pessoas que, de boa-fé, acreditam no
discurso do Lula e
na falação vexaminosa de Dilma Rousseff?
Resta ainda destacar outra intenção enxertada nas
entrelinhas do seu
discurso. Que pretende ela ao dizer "Este é um país
democrático que
conquistou com muito esforço a democracia"? É
verdade, foi com grande
esforço. Mas de novo não é a literalidade da fala que
importa, senão o
sentido que adquire em razão de um contexto.
Ora, sobretudo nos últimos tempos, Dilma repete à exaustão
que lutou contra o regime militar, apresentando a sua versão. Esforço por fixar
a imagem de uma guerreira e uma heroína. Tudo claro: assim como o triunfalismo
de Lula em 2008 pretendia fazer crer que a "conquista" era mérito
exclusivo do seu governo, o expediente retórico de Dilma agora tem a finalidade
de colar sua imagem pessoal à conquista da democracia.
Entretanto, alguns aspectos devem ser invocados em favor
da verdade.
Para começar, Dilma Rousseff não é dos que defenderam a
democracia nem dos que fizeram autocrítica. Explico. Ela "lutou"
contra o regime, é
certo. Mas lutou em favor de quê? Veja-se um contraste.
Entre os poucos
que tiveram grandeza para uma autocrítica está Fernando
Gabeira. Como
Dilma Rousseff, Gabeira conspirou contra o regime militar.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Gabeira foi incisivo:
esclareceu que ele e seus companheiros (os que entraram na luta armada contra o
regime militar) não lutavam por democracia; lutavam, isto sim, para implantar
uma "ditadura do proletariado" no Brasil. Gabeira é um desmancha-prazer,
porque arranca máscaras - a própria e a dos
"companheiros" de subversão.
A verdade é que Dilma nunca defendeu a democracia. Não
adianta insistir.
Além disso, tudo indica que segue não gostando de
democracia, seja por
jamais haver feito uma autocrítica, seja por manifestar
apoio a regimes
notadamente autoritários.
Lamento. Os inimigos imaginários atacados por Dilma não
existem. Os
patetas imaginários alvejados pelo deboche do Lula não
existem. Real só
a malícia de ambos. Entrementes, seguimos ouvindo e
assistindo a
narrativas que escondem pelo menos metade da verdade
histórica do
Brasil, que apresentam lobos como cordeiros e asnos como
sábios. Dilma e
Lula não fazem qualquer cerimônia para recorrer a esse
discurso
enganoso.
P.S. Veja os vídeos a seguir: Gabeira; falas e falas de
Lula.
https://www.youtube.com/watch?v=8VtXhnxWHC0
http://www.youtube.com/watch?v=WXjUtVY769o
http://www.youtube.com/watch?v=BMwah_35g3E
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
19 comentários:
O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
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O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
O principal problema relatado é a desonestidade. Desonestidade histórica, intelectual, factual, verborrágica e populista. O raciocínio segue sempre os mesmos volteios, para culpar sempre os mesmos: A crise internacional, o capitalismo (também, segundo eles, sempre em crise), a oposição política, as "elites". É um mundo onde inexiste a lógica. O que assusta, é que a falta de raciocínio lógico e o discurso incongruente renderam dezenas de milhões de votos.
muito lucido....
muita informação e análise de uma realidade que tá passando batida por todos nós... isso tudo não é comentado na midia!
triste realidade... nao sei se me alegro com esse texto tao verdadeiro ou se me aborreço de vez!
Parabéns pelo brilhante , inteligente e lúcido texto. É bem a realidade da situação que estamos vivendo. Pena que ainda tem pessoas de olhos e ouvidos vendados. Parabéns
Parabéns pelo brilhante , inteligente e lúcido texto. É bem a realidade da situação que estamos vivendo. Pena que ainda tem pessoas de olhos e ouvidos vendados. Parabéns
Muito bom! Texto crítico e perspicaz ao momento que estamos vivendo. Parabéns.
Muito bom! Texto crítico e perspicaz ao momento que estamos vivendo. Parabéns.
Texto muito lúcido e claro, que toca em um ponto muito importante e pouco comentado: A presidente diz que lutou contra a ditadura, mas não lutou pela democracia.
E o resultado está aí, usam de todos os artifícios e corrupções para se manter no poder.
Muito bom. Parabéns!!!
Texto inteligente e muito claro. Detalhe importante: A sra. Presidente lutou contra a ditadura, mas não lutou a favor da democracia. E isto não é muito comentado e divulgado.
Parabéns!!!!
Parabéns pela clareza e lucidez do texto.
Se Lula saberá fazer outra coisa? Sim, enriquecer às nossas custas e financiar Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, etc. com o dinheiro do Tesouro Nacional.
Parabéns Dr. Renato pelo texto. Com todas estas tristes situações que nós Brasileiros estamos a enfrentar, somos obrigados a acordar e abrir os nossos olhos e começar a diferenciar lobos de cordeiros. E a partir disto construir através do voto um país com maior igualdade social, de oportunidades para todos e de menos violência. Karine Ramos Vasconcelos
Parabéns Dr. Renato pelo texto. Com todas estas tristes situações que nós Brasileiros estamos a enfrentar, somos obrigados a acordar e abrir os nossos olhos e começar a diferenciar lobos de cordeiros. E a partir disto construir através do voto um país com maior igualdade social, de oportunidades para todos e de menos violência. Karine Ramos Vasconcelos
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