Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O Banco
Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional vazam para os deuses mercadológicos
a boa intenção de reduzir o percentual da meta anual de inflação – fixada em
4,5% desde o ano de 2007. O Boletim Focus, oficial do BC do B, em seu Relatório
de Inflação de dezembro, estima uma inflação de 3,6% no cenário de referência e
de 4,5% no cenário de mercado. Políticos, acadêmicos e divindades do mercado
terão muito a debater, enquanto os brasileiros sentem, na pele e no bolso, os
efeitos perversos da tal “inflação”- que na prática é a perda do poder de
compra da moeda, nosso irreal Real.
Os debates
sobre combate à inflação no Brasil pecam por uma insistente ou renitente briga
contra a realidade. Primeiro, os preços relativos no Brasil estão completamente
desalinhados na comparação básica com vários países do mundo. Produtos vendidos
aqui, idênticos aos lá de fora, às vezes da mesma marca e, por ironia, alguns
até fabricados aqui mesmo em Bruzundanga, são negociados, lá fora, a preços
muito abaixo dos praticados aqui dentro. Não adianta tentar justificar o fenômeno
com “nossa carga tributária elevada”, ou porque “nosso custo trabalhista também
é muito alto”.
Nossa
carestia é fruto da mentalidade (uma ideologia) rentista. Praticamos uma
especulação quase automática, cultural, baseada na famosa Lei de Gérson (a idéia
é sempre levar mais vantagem em tudo, certo?). A indústria e o comércio
brasileiros preferem obter lucros mais facilmente vendendo caro ou iludindo as
pessoas com falsas promoções. Um cinismo economicamente suicida impede que se
pratiquem preços mais baixos, ou compatíveis com os custos de produção e
margens de lucratividade não abusivas. Parece que cobramos por serviços ou
vendemos tudo muito caro por um “prazer mórbido”. Psicologicamente, parece que
odiamos um livre mercado que fomente o consumo pela via dos preços justos.
É por isso
que a maioria esmagadora dos industriais e comerciantes não reage, de maneira
devidamente contundente, contra os 92 impostos, taxas e contribuições em vigor
na economia capimunista rentista de Bruzundanga. As empresas comerciais e
industriais – em sua maioria - têm o vício da sonegação de impostos, caixa dois
e comercialização de mercadorias por fora, no câmbio negro do mercado informal,
mesmo que o regramento excessivo da máquina de triturar tributária ofereça a
ilusão de que consegue impedir as bandalheiras, graças a um suposto rigoroso
controle e fiscalização.
Muitas
empresas tiram onda de bem sucedidas e lucrativas não porque faturam, de forma
justa, com as vendas. Na verdade, elas têm “excelentes resultados” porque
aplicam alto na especulação rentista – e não na produção e produtividade,
fomentando o consumo com preços justos, mais baixos. É por isso que,
dificilmente, alguém consegue um desconto na compra de um produto pago a vista.
Para quem vende, pouco importa oferecer vantagens reais no preço final ao
consumidor. A preferência é por “ganhar” na aplicação financeira – e não na
atividade realmente comercial.
O Brasil é
viciado no rentismo e no capimunismo cada vez mais estadodependente. Por isso,
a missão de baixar a inflação é quase impossível. Os preços agora estão sendo “abaixados”
na base da porrada: o clima de recessão (ou estagflação) força algumas baixas.
Mesmo assim, algumas coisas seguem elevadíssimas e fora da realidade. Vide
preços absurdos de aluguéis, de metro quadrado por imóvel a venda e de muitos
serviços. Experimente pegar um produto, dolarizar (ou eurorizar) seu preço e
comparar com o idêntico objetivo vendido fora do Brasil. Tudo aqui será mais
caro.
Portanto, a
“inflação” brasileira tem um componente altíssimo de sem-vergonhice e rentismo-filhodaputa
(termo que é uma redundância nele mesmo). Não precisa ser economista para
constatar tamanha sacanagem praticada no prostituído mercado tupiniquim. É por
isso que nossa economia vai de pior e mais ruim ainda. Quem tem muito dinheiro,
via rentismo, para consumir o que quiser, aperta o botão phodda-se e paga o que
pedirem. Já quem vive de salário – ou de ganhos na economia informal – precisa fazer
milagres para pagar contas, impostos e fazer compras taxadas absurdamente pelo
Estado-Ladrão (que tem uma máquina cada vez mais voraz por recursos para
sustentar seus marajás).
É por isso
que não adiantam paliativos como a Medida Provisória que institui dois preços
distintos para compra com cartão ou pagamento à vista (com dinheiro ou com
aquele anacrônico cheque que quase ninguém mais usa). Os brasileiros – produtor
e consumidor – precisam romper com a ideologia rentista. Do contrário, seremos
condenados a viver no quarto mundo, onde ganhar dinheiro honestamente parece um
“pecado” em um mercado onde o Crime Institucionalizado tem a hegemonia.
Nós,
brasileiros, precisamos tomar muita vergonha na cara. Do contrário, não temos
moral para criticar a mamação permanente dos políticos que sustentamos de forma
consciente, inconsciente ou compulsória...
Só uma
Intervenção Cívica Constitucional poderá reorganizar e repactuar o Brasil de
maneira civilizada e democrática. O resto é papo de sem vergonha...
Garoto Verão
Bico seco
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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente,
analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e
estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade
objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e
Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 29 de Dezembro de 2016.
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6 comentários:
Bom artigo, só podemos lamentar pela falta de vergonha na cara das pessoas que exploram seus compatriotas e que compactuam com esse sistema tributário falido e injusto.
Índio/SP
O sacrifício fica para os idiotas: nós, os eleitores!!!
AQUI
http://www.tribunadainternet.com.br/militares-precisam-reagir-e-pressionar-pelo-fim-dos-privilegios-nos-tres-poderes/
Realmente,o maior problema da economia tupiniquim,após a roubalheira na política,é justamente o tal "rentismo",como diariamente denunciado no "Alerta Total". Suplantando o ânimo da efetiva produção e proodutividade,o rentismo é um cancro iunstalado na mentalidade brasileira que ninguém consegue combater. O problema chega a ser "filosófico". As empresas preferem investir no mercado financeiro que produzir. E toma contornos especiais nos fundos de pensão,onde a própria lei obriga essas entidades a aplicar todo o seu patrimônio,pertencente aos seus participantes,nas atividades rentistas,a exemplo dos bancos parasitas. Tentei modificar essa cultura no Rio Grande do Sul quando nos anos 90 presidi a Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada,tentando mudar os investimentos para a efetiva produção Mas "quebrei a cara". O "mudado" fui eu.
A sem-vergonhice, o sarcasmo, o deboche e cinismo viraram coisa comum nos discursos e ações dos políticos brasileiros. O povo? Que se dane. Estamos vendo vários aumentos salariais de deputados e vereadores, descaradamente apesar da crise que assola a todas as administrações publicas. Os Estados falidos, vão receber novamente a ajuda federal com o nosso dinheiro que deveria ser aplicado em educação e não em presídios.Não vai ter Lava Jato que dê jeito e presídio que tenha vaga para todos eles.
O pior é que a charge mostra uma porca gorda e deitada amamentando seus filhotes.E "de muito gorda a porca já não anda...",mas continuará a amamentar os fiolhotinhos que proliferam como capim na várzea.
Outro aspecto: Essa "traição" do Lula com a cervejaria Brahma,que inclusive deu-lhe esse apelido em certos meios,no passado,considerando as suas promíscuas relações de hoje com a cervejaria Itaipava,talvez fosse motivo suficiente para que ele tivesse que respondesse com indenização perante Brahma, por "uso não autorizado de imagem e traição"
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