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Por Carlos José Pedrosa
Dia 21 de abril, cinco horas de uma manhã nebulosa.
Olhando o passado, tomamos emprestados trechos da Carta de São João d'El Rey,
sentindo o frio do presente e projetando nossos sonhos para o futuro.
"Sob o olhar severo e sereno de Tiradentes,
que nos espia através das figuras de pedra e sonho do Aleijadinho, cercados
pelo espírito de Vila Rica e pelo ferro do chão de Minas, queremos pensar o
Brasil. Vivemos "como escravos acorrentados ao tronco do tempo",
caminhando em silêncio por duzentos anos e "arrastando pelas estradas do
Brasil o pesadelo" de uma independência frustrada. A senha para a
conflagração era "Tal dia é o batizado". Pela traição, não se
celebrou o batizado, mas a senha célebre permaneceu no tempo e hoje, mais uma
vez, retomamos o sonho de liberdade.
Dos recantos de Minas, "esculpido no espírito
e enevoado de ferro", foi lançada a nova senha: "Tal dia é o
casamento." O Brasil, pela traição de ontem e de hoje, ficou pagão de
liberdade, pela amargura de um batizado que não houve e pela entrega do
nosso povo a uma criminosa inquisição estrangeira. Agora precisamos realizar
"o casamento essencial do Estado com a Nação, do Povo com a Independência,
do Futuro com a Soberania".
Anima-nos o espírito da Inconfidência, que foi o
fato maior, a viga-mestra da nossa História, e não haverá corda capaz de
"enforcar o sonho de um povo que vislumbrou a grandeza do seu futuro,
apontado pela mão pioneira" do nosso Herói maior. Do alto de cada mastro,
onde há uma bandeira, ainda pende a cabeça de Tiradentes, gritando para todos
nós e nos chamando para a luta, para que este povo acorde dessa letargia após
dois séculos de silêncio e passividade. De cada um de nós dependerá o momento
em que "Tiradentes vai recuperar sua cabeça!" Enfrentando os
"Silvérios de todos os matizes, ostensivos ou encapuzados, a Inconfidência
está de volta e veio para vencer".
O Brasil esmagará os Barbacenas e as Marias-Loucas,
de dentro e de fora, e participará dos momentos decisivos de uma luta secular:
a luta entre os dois Joaquins que marcaram nossa História. Os brasileiros
dignos estão com o primeiro, o Xavier, enquanto os traidores e negadores do
Brasil estão com quem sempre estiveram, "com o Silvério, que era dos Reis,
enquanto o outro era do povo".
Agora, surge diante de nós a nova Inconfidência,
amadurecida pelo tempo e forjada na luta da resistência de um povo explorado e
sacrificado contra os traidores, os Silvérios de sempre. E o que pretende a
nova Inconfidência? "O mesmo que pretendia a outra: a libertação do
Brasil". Falhou a Inconfidência original porque a derrama foi suspensa
pelo aviso da traição; esta agora não poderá falhar, porque a derrama vem se
consumando a cada dia, "e já nosso ouro é levado, aos borbotões, no amaldiçoado
"quinto" dos juros sem contenção".
Naquela época "éramos sub-colônia de uma
colônia. Hoje somos colônia de um duplo colonialismo: um externo, que nos
devora até às vísceras pelo canibalismo monetário; outro, interno, que nos
imobiliza na inação, pela cumplicidade das lideranças arcaicas, carcomidas pela
incompetência". Este é o lugar e este é o momento "para que seja
retomada a inconfidência mineira, agora num patamar mais alto, para que ela se
desenrole como a Inconfidência Brasileira". O Brasil ainda é uma Nação
enforcada. "Enforcada pela mesma mão e pela mesma corda que enforcaram
Tiradentes: a mão e a corda da dominação estrangeira".
Pela nova Inconfidência, "começamos a
desapertar este nó: Tiradentes vai recuperar sua cabeça e o Brasil vai
encontrar seu destino". Nos caminhos de Minas, "a luz mortiça dos
lampiões, iguais aos que guardaram os passos furtivos dos conspiradores da
liberdade e choraram a morte atropelada do Herói da Independência", ainda
guardam o sonho de liberdade. "Não basta chorar o Mártir: é urgente
retomar-lhe os passos". "Por isto e para isto é que estamos
aqui", trabalhamos todos os dias, levamos nossa mensagem aos quatro cantos
"para dizer ao Brasil que a Inconfidência continua e que Tiradentes não
morreu". "Os inconfidentes queriam a liberdade; nós queremos a
libertação. Eles contavam com alguns padres; nós temos uma Teologia. Eles
sonharam o Brasil; nós vamos construir uma Nação".
A Revolução Brasileira precisa começar e deverá ser
feita "em palanques, e não em patíbulos". "Abriremos nosso
caminho à força de nossos anseios, porque o futuro é a nossa bússola, o
progresso é o nosso barco e a liberdade é o nosso porto". Mas será
preciso ter coragem para lutar, esclarecer a consciência e unificar o nosso
povo. Será preciso despertar a Nação para a urgência desta missão.
A senha era "Tal dia é o batizado!".
Agora será "Tal dia é o casamento!". Mas é preciso não perder tempo e
fazer enquanto antes "o casamento do Estado com a Nação, do Povo com a
Independência, do Futuro com a Soberania". Precisamos marchar com a
responsabilidade que o passado nos legou e que o presente está a nos cobrar
todos os dias, antes que o futuro nos seja negado pelos Silvérios que também
não morreram e que a cada dia nos entregam à dominação estrangeira. Não podemos
assumir duas posições nem podemos deixar de ver a realidade. Ou estamos com
Joaquim José da Silva
Xavier - o Heróico Tiradentes, ou estamos com o traidor Joaquim Silvério dos
Reis e com todos os Silvérios que dominam o panorama político brasileiro.
Que cada um seja digno da nossa nacionalidade e do
nosso passado para que possamos cumprir com dignidade o fechamento da missão,
como ensina a Carta de São João d'El Rey. Ontem, colônia. Hoje, satélite.
Amanhã, BRASIL.
Artigo escrito, originalmente, no final de agosto de 2000 e reescrito,
em abril de 2001, para se adaptar à data de 21 de abril.
5 comentários:
precisamos apenas de um lider. temos que nos unir pra livrar o Brasil destes terroristas ladrões comunistas.
ninguém vai a lugar algum sem um lider, sem organizar. quando uns começarem muita gente se junta.
Ao anônimo,
Se você desejar, envie mensagem para meu endereço carjope@gmail.com e vamos conversar sobre esse "quando uns começarem". Vamaos à luta!
Um grande abraço,
Carlos José Pedrosa
Ao anônimo,
Se você desejar, envie mensagem para meu endereço carjope@gmail.com e vamos conversar sobre esse "quando uns começarem". O Brasil precisa da nossa luta.
Um grande e fraternal abraço.
BRASIL ACIMA DE TUDO!
Carlos José Pedrosa
Ao anônimo,
Se você desejar, envie mensagem para meu endereço carjope@gmail.com e vamos conversar sobre esse "quando uns começarem". Vamaos à luta!
Um grande abraço,
Carlos José Pedrosa
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