Por Milton Pires
A chegada do
Papa Francisco ao Brasil foi noticiada hoje pelo mundo inteiro. Não podia ser
diferente, né pessoal? É o Papa!... Afinal quando ele viaja a coisa sempre vira
notícia. Seria assim não fosse pelo fato de que junto com essa informação
normalmente é divulgada outra - a de que somos o "maior país católico do
planeta". Aí começa a mentira...
Gostaria de
saber qual critério se usa para fazer essa afirmação. A religião oficial do
país? O número de pessoas batizadas? Antes que alguém me entenda mal quero
deixar claro o seguinte: eu mesmo sou católico. Fui batizado, me casei numa
Igreja, e nela levei meus filhos para que no catolicismo tivessem o primeiro
contato com Deus, mas mesmo assim não desisto da pergunta - é quantidade ou
qualidade o critério que usamos aqui?
Duvido que
exista no mundo inteiro algum povo mais falso do que o nosso naquilo que se
refere à religião. Novamente uma diferença importante - vejam o que escrevi
antes de ficarem contra: eu falei em religião; nada disse sobre acreditar em
Deus.
Muito longe
de defender o fanatismo religioso, o que esse pequeno artigo quer fazer é
cobrar coerência! Mais de uma vez eu já disse que o nosso povo vai na Igreja
aos domingos, frequenta uma sessão espírita na quarta e visita terreiros de
umbanda nas sextas-feiras.
Detesto
quando alguém me diz que isso é sinônimo de tolerância e convivência em paz com
outros credos. Quem acredita em tudo no fundo não acredita em nada! Pior ainda
é ver esse tipo de besteira defendida por pseudo-intelectuais - marxistas que
não acreditam em coisa alguma e aproveitam para dar à confusão religiosa que
impera no Brasil um caráter de "democracia espiritual" progressista.
Seu argumento principal é a história brasileira. Insistem na contribuição dos
escravos e citam sempre a colonização estrangeira. Lembram dos primeiros
índios..falam dos europeus..e por aí vai..Tentam sempre passar a impressão de
que "Deus é um pouco de tudo isso" - pura besteira relativista que
fica melhor numa letra de Caetano Veloso do que dentro da nossa Universidade.
Já disse e
vou repetir - não me tomem por fundamentalista e não pensem que me acordo cedo
aos domingos para comungar na primeira missa do dia. Ocorre que é o cinismo que
me enfurece..é a conveniência de se declarar católico que me irrita. Qualquer
"ateu argentino" ou "agnóstico italiano" me convence mais
do que os nossos "fiéis". A razão é uma só - a capacidade deles
colocarem em prática a religião como código de conduta e a vontade de viverem
de acordo com aquilo que professam. Nossa "fé brasileira" na grande
maioria dos casos serve de "munição" eterna para Marilena Chauí ter
seus ataques histéricos contra a classe média.
Esse
fenômeno utilitário, essa capacidade de usar uma força organizadora da cultura
como é a religião como mero instrumento de adequação social também existe em
outros países. Não serei ingênuo de afirmar que não é assim com muitos
protestantes americanos ou alemães, mas duvido que eles celebrem uma confusão
de crenças como "algo que enriqueça a Nação".
A esse tipo
de "tolerância" não há credo que sobreviva. A prova disso é que o
mesmo "maior país católico do mundo" é também a pátria da
"Teologia da Libertação" - doutrina absurda capaz de conciliar Marx e
Jesus Cristo no resultado esquizofrênico que ajudou a fundar o PT. Ou nossos
verdadeiros pensadores (não aqueles que ganharam esse título fazendo sambas
durante a Ditadura) se dão conta desse tipo de perigo; ou logo todos vamos ter
uma nova religião nacional - aquela em que não se acredita em coisa alguma a não
ser que convenha a si mesmo.
Francisco
sabia disso tudo quando embarcou para o Brasil - chegou na hora certa. Nunca o
inferno católico esteve tão próximo do paraíso
petista e mais fé do que os brasileiros o pontífice certamente tem. Possa
o Papa nos salvar!
Milton Simon Pires é Médico.
4 comentários:
O propósito não é uma nova religião nacional, mas uma religião unica e mundial, bem no estilo governo mundial.
Bem ao estilo maçom, Astana, capital do Cazaquistão, é um exemplo do que esperar do mundo daqui algumas décadas. Procurem no Youtube e no Google sobre Astana.
O objetivo de acabar com o cristianismo está em pratica a muito tempo, e talvez este papa maçom de inicio ao fim.
O Brasil não é mesmo o País mais Católico do mundo. Estou cansada de ver aqueles que se dizem católicos frequentarem durante a semana terreiros de Macumba e também o Espiritismo. Aos domingos falam com Deus e durante a semana fazem trabalhos para destruir a vida dos outros. Se fizer um verdadeiro levantamento, a decepção será grande.
Macumbeiros travestidos de crentes, todos "mizifios". Isso me faz chorar de rir. Pior: na hora do casamento, são os mesmos que querem a Madre Igreja bem bonita. Simplesmente patético. Seria o medo da execração pública que os faz cínicos? Ou querem se passar de bonzinhos? Aproveitando o ensejo, acho que os verdadeiros católicos deveriam ser isentos da taxa casamentícia e os turistas religiosos sobretaxados – sobretudo os "agnósticos italianos".
Grande abraço!
Como nos salvar C tá de brincadeira ele não era nosso vizinho? O que mudou ele virou santo do dia para a noite?
Vejam Isso:
O papa e o general Videla:
Argentina - que não costuma abafar sua história - fez Jorge Mario Bergoglio responder a dois processos: o primeiro deles por auxílio ao seqüestro e tortura de dois jesuítas em 1976; Francisco Jalics e Orlando Yorio, vítimas do seqüestro, acusam Bergoglio de havê-los denunciado.
No segundo processo, apropriação de bebês. Usurpados recém-nascidos e órfãos filhos pequenos. A pungente imagem de Ana de la Cuadra: levada dos braços da mãe numa delegacia de La Plata. Mulheres torturadas, violentadas, executadas; sistemático e repugnante tratamento que o regime dispensava a quem ousasse questioná-lo.
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