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Por Sérgio Alves de Oliveira
Sem entrar no mérito de ter sido um
bem ou um mal, de eu ter gostado, ou
não, o simples fato da recondução do Deputado Federal Rodrigo Maia, para
presidir a Câmara Federal, e a eleição
do Senador Davi Alcolumbre ,para
presidir o Senado, nos dias 1 e 2 de
janeiro, respectivamente, ambos dos quadros partidários do
DEMOCRATAS-DEM, sem dúvida configura o renascimento do espírito político que
norteou o antigo partido da Aliança Renovadora Nacional-ARENA, criado
durante o Regime Militar, conjuntamente
com o Movimento Democrático Brasileiro-MDB,quando foram extintos todos os
outros partidos políticos então existentes, trocando-se o multipartidarismo
pelo bipartidarismo.
A então ARENA estava destinada a fornecer o apoio
político e parlamentar necessários aos Governos Militares, enquanto o MDB teria
o papel de “oposição”, uma “oposição bem
comportadinha”, meramente “formal”, é claro, uma vez que teria o papel de fazer “oposição” ao seu próprio “criador”, o
Regime Militar.
Num primeiro momento, foram mantidas
as eleições para as Casas Legislativas Federais (Câmara e Senado) - reservado
ao Regime Militar a prerrogativa de nomear alguns Senadores, então chamados
“Senadores Biônicos”- e para as Assembléias Legislativas Estaduais e Câmaras
Municipais ,bem como para Prefeitos
Municipais, exceto os das capitais estaduais, que seriam nomeados “lá em
cima”.
Nos primeiros anos da “empolgação” da
opinião pública pelo então Regime Militar, geralmente as eleições livres
apontavam uma maioria que apoiava o Regime Militar, vencendo a ARENA, com isso
sendo dada sustentação política ao regime. Mas gradativamente essa tendência
foi se invertendo, com o MDB criando “músculos” para competir e mesmo talvez vencer
o seu partido adversário.
Muito “espertamente” o Regime Militar
acabou com o bipartidarismo, ou seja, com a ARENA e com o MDB, oportunizando o
retorno do multipartidarismo. Aí cada
político optou pelo que achava melhor.
Nessa “onda”, foi fundado o Partido
Democrático Social-PDS,em
31.01.1980,após o fim do bipartidarismo,durante o Governo João
Figueiredo. Foi o sucessor político da antiga ARENA. Optou pela própria extinção em 1993, após aprovada a sua fusão
com o PDC - Partido Progressista Reformador, mudando para PPB - Partido
Progressista Brasileiro, em 1995,com
nova alteração para Partido Progressista - PP, em 2003.
Em 1985, foi criado a Partido da
Frente Liberal-PFL, que na época era composto por políticos “dissidentes” do Partido Democrático Social-PDS, e que
apoiaram a eleição de Tancredo Neves
para a Presidência da República.
Politicamente falando, portanto,
tanto o PDS (depois PPB, e mais tarde
PP) ,quanto o partido PFL,que depois mudou para “Democratas-DEM”, são legítimos
herdeiros ideológicos da Aliança
Renovadora Nacional-ARENA, mais tarde transformada em PDS,PPB e PP.
Portanto
não se comete nenhuma “heresia” política quem garante que a ARENA renasceu com
força total, talvez por ação do fenômeno
da “cissiparidade”
político-ideológica, embora com nova “cara”, em vista das eleições dos Presidentes da Câmara Federal e
do Senado. Essas mudanças podem até não ter representado o “ideal”, em vista
das reais necessidades do país, mas com absoluta certeza se vislumbra um quadro
muito mais animador do que aquele que as
expectativas apontavam como o mais provável.
E infinitamente
mais esperançoso do que o “inferno” político que norteou o Brasil de 1985 a 2018, mais fortemente a
partir de 2003.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
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