Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo
Assis
Pela minha experiência vivida como Adido do Exército nos Estados Unidos
da América e como Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia tenho a
convicção de que o 1º Mundo não hesitará em orientar sua política no sentido de
impor seus interesses onde se fizer necessário para manter o “status-quo”.
Tentarão por todos os meios nos impedir de explorarmos nossas riquezas
imensuráveis da Amazônia por dois motivos; O primeiro, para nos afastar desde
já da concorrência mundial e o segundo, para que eles a explorem no futuro,
quando suas reservas se esgotarem.
Quanto ao primeiro motivo, a pressão sobre ecologia, desmatamento,
proteção às terras indígenas, poluição das águas, meio ambiente, e outros
falsos argumentos, estão surtindo efeito através da mídia mundial, nos inibindo
da exploração consciente e sustentável, não havendo, portanto, a necessidade de
intervenção. A não ser que resolvamos explorá-la de fato e, com o lucro
montante, até nos libertarmos da dívida externa, interrompendo seus interesses
na arrecadação dos juros abusivos de que somos escravos.
Quanto ao segundo motivo, ou seja, quando necessitarem se suprir da
escassez no mundo de determinados minerais estratégicos, de água potável, da
biodiversidade, aí sim, não terão outra saída senão intervir para se apossar.
Só não enxerga isso quem acredita em Papai Noel!
Será que é tão difícil perceber que a nossa AMAZÔNIA estará dentro deste
contexto num futuro tão próximo quanto se possa imaginar?
A nossa missão de convencimento não é só das Forças Armadas, mas de toda
a Nação Brasileira.
Para explorá-la há que se ter vontade política.
Para defendê-la e mantê-la é preciso demonstrar capacidade para isso e
essa capacidade não será através da Guerra Convencional, restando-nos o caminho
da Guerra NÃO Convencional (Estratégia da Resistência), com o apoio da
população, de todos os brasileiros.
Temos que insistir e convencer o povo, os intelectuais, os jornalistas,
os formadores de opinião a pressionarem os detentores do Poder para priorizarem
a integração da AMAZÔNIA ao restante do País e a acreditarem no risco de a
perderem.
Quanto ao militar, responsável pela segurança externa do País, não cabe
achar que não é possível ou dar preferência ás suas simpatias. Cabe-lhe tomar
providências para nunca ser surpreendido, apesar de todas as carências, para
que a consequência da imprevidência não resulte apenas em monumentos à bravura
dos mortos e derrotados e nas promessas de que algum dia será retomado aquilo
que foi subtraído.
Devemos insistir, volto a dizer, na Estratégia da Resistência, não só
como dissuasão, mas, quando preciso for executá-la conscientes, bem treinados e
confiantes. Este é o único caminho que temos, não existe dupla via ou seremos
surpreendidos na contramão. Devemos estar convictos de que neste tipo de Guerra
a vantagem da supremacia tecnológica não prevalecerá e vencerá a Nação que
suporta e puder impor por mais tempo os horrores e vicissitudes de um conflito
dessa natureza, mantendo o moral elevado e a crença na nobreza da causa.
Temos que encarar o problema da AMAZÔNIA profissionalmente e até
apaixonadamente, pois se deixarmos nos influenciar por aqueles que não se
emocionam e acreditam em Papai Noel, certamente seremos surpreendidos e iremos
lamentar aquilo que poderíamos ter feito e que, por sinal, sabemos fazer muito
bem, que é a Guerra na Selva, salpicada ao gosto da guerrilha.
SELVA!
Paulo Assis é General na reserva.
2 comentários:
Para essa Estratégia de Resistência, não seria conveniente uma ampla pesquisa entre os jovens da sua percepção da situação da Amazônia, que combina seu sentimento a respeito da soberania sobre esse território com a solidariedade universal que seus recursos inspiram? Assim se chegaria a um consenso que aglutinasse as novas gerações sob a bandeira da defesa nacional da floresta, despido da psicose ambientalista, e esse honesto sentimento jovem contagiaria a população.
Haveria a possibilidade de algum país querer comprar a Amazônia como Trump está querendo comprar a Groenlândia?
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