Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos
Alberto Pinto Silva
É inconcebível
nos conflitos modernos e, também, nas lutas políticas pelo poder, uma postura
de menosprezo em relação à novas ideias, e, ainda, os líderes terem atitude de
descrédito com as novas formas de guerra, e com a nova via violenta para a Tomada
do Poder.
Para a
revolução ser vitoriosa não bastam a indignação e a revolta popular. É preciso,
antes de tudo, que o movimento de massas seja guiado por uma teoria
revolucionária e dirigido por uma vanguarda organizada. Tal lição foi
sintetizada por V.I. Lênin, líder da Revolução Socialista Soviética, de 1917,
na frase “sem teoria
revolucionária não há movimento revolucionário”.
Em sua
“teoria do murro no paralítico” Lenine prescreve a desagregação da máquina do
Estado, antes do golpe de força. Trata-se de aumentar a indecisão governamental
e de “apodrecer” as instituições e os grandes órgãos do Estado, considerando
que “Todos os meios são bons, se conduzem ao fim”.
O Brasil
vive uma triste realidade inovadora, com o emprego de atividades de Guerra
Híbrida como nova via violenta para a Tomada do Poder.
Na
atualidade, as tendências políticas, econômicas e sociais apontam para a
emergência, de indivíduos ou pequenos grupos extremamente poderosos unidos pela
devoção a uma causa mais do que ao desenvolvimento econômico e sucesso das
políticas públicas[1],
que visam bem atender a população. Uma tendência dramaticamente acelerada
graças à conectividade da internet.
A “Via
Pacífica” para a conquista do Poder desmoronou, tornando real a possibilidade
das forças do socialismo marxista vigente escalarem o modelo de guerra híbrida,
usando, primordialmente, a nova forma violenta para tomada do poder modo hard
(Com atividades de Guerra Híbrida), tentando manter um rumo de luta para o
futuro, complementando com atividades de guerra híbrida em seu modo soft (forma
não violenta: protestos, manifestações sindicais, uso dos movimentos sociais).
Ambas as
fases (modo soft/golpe brando[2]
ou modo hard/golpe rígido) compartilham das mesmas estratégicas e são
diferentes lados da mesma moeda para a troca de regime.
Portanto,
as ações podem ser diversas. Pacíficas ou não pacíficas na fase inicial, mais agressivas, e violentas em sua
continuidade, na esteira da “insurgência moderna[3]”.
O centro de
gravidade da ação está voltado a desestabilizar o governante, a desacreditar
autoridades e em criar o caos na sociedade, sucedendo-se a crise política.
É essencial
que todos tenham consciência que a ampla gama de grupos que compõe uma “insurgência moderna” pode possuir motivos
vastamente diversos. Para o nossa discussão os que mais interessam são:
- Grupos
ideológicos - sua abordagem não impõe limites às ações para atingir seus
objetivos, o fim justifica os meios.
- Grupo
híbrido - surge instigado por uma mistura de motivações reativas, ideológicas e
oportunistas[4].
Por vezes tais grupos nascem entre os reativos e/ou ideológicos para em seguida
se voltarem a ações criminosas em busca de financiamento para suas atividades e
lutas políticas violentas para a conquista do Poder.
O que hoje
se apresenta em termos de disputa política no Brasil, faz parte de uma
estratégia, de um grupo híbrido, para desestabilizar o governo, pensada e
planejada pela esquerda derrotada no pleito eleitoral, e seus representantes
midiáticos no plano interno e externo do país.
O grupo
híbrido pode adaptar sua mensagem para criar sua própria "ideia
política"[5]específica
a fim de conquistar mais seguidores para sua nova forma violenta de Tomada do
Poder.
As
atividades híbridas na luta para desorganizar governo e desacreditar as
autoridades não são espontâneas, mas sim produzidas previamente à sua
efetivação. As pessoas não têm
consciência do real papel que exercem nas diversas atividades de guerra híbrida
que são desencadeadas. São simplesmente usadas como meio, para dar uma sensação
de apoio popular à desestabilização do Estado, e à consequente tomada do Poder.
“O “vírus
político” espargido e explorado “contaminará" as pessoas trabalhando para
modificar seu posicionamento político, e o propósito é que, uma vez que
encontre um "apoiador", esse indivíduo "espalhe”, para outras
pessoas, ativamente, o pensamento da necessidade da desestabilização do
governo, causando um "perigoso desordenamento político"[6].
A intenção,
do grupo híbrido, no nosso caso específico, é implodir o Brasil via convulsão
social em coordenação com o potencial de protestos da população, principalmente
dos descontentes com o governo[7].”[8]
A atuação
do grupo insurgente, com apoio de uma imprensa[9]
cooptada e/ou ideologizada, é capaz de arregimentar uma massa crítica de
pessoas, usando técnicas Ideológicas, Psicológicas, de Guerra Social em Rede, e
de Informação, o suficiente para abertamente afrontar o Estado e tentar desagregá-lo,
tudo isso visando instaurar um “desafio anárquico”[10] que os insurgentes tanto buscam, visando
a conquista do controle social da população.
“Especialistas
ligados às ciências humanas, identificam o “dedo do caos” em revoluções políticas, em transformações
econômicas e na modificação de costumes e regras morais.”
As
atividades de Guerra Híbrida, para a desestabilização e a desagregação da máquina do Estado, podem ser interpretadas como a utilização da teoria
do caos para levar à imprevisibilidade,
visando a tomada violenta do Poder.
A Guerra
Civil Interna (Violência) não surge do nada, ela é consequência do sentimento dos
grupos ideológicos oportunistas existentes da impossibilidade da Tomada do
Poder por Via Pacífica (Eleições) e da existência de grupos sociais simpáticos
à causa, e de uma imprensa colaborativa, e de uma oposição com potencial violento
de protesto (Grupo Ideológico).
No Brasil
de hoje, a luta pelo Poder progride, e a realidade nos mostra que até que o
governo consiga conquistar a maior parte da sociedade com suas realizações, ou
a grande imprensa vença o terceiro turno, com a guerra midiática interna e
externa posta em execução contra o governo, aliada à esquerda brasileira que
optou pela forma violenta para a tomada do Poder, e, assim, crescendo
vertiginosamente os riscos políticos de consequências inimagináveis e se
multiplicando os erros de cálculo.
O governo deve
elaborar estratégias defensivas apropriadas para impedir a “insurgência moderna”
sequer começar, e, se ela começar, para reduzir o impacto e evitar que o “desafio
anárquico” imponha danos paralisantes e derrube o governo e conquiste o Poder.
“A maior
defesa contra a “insurgência moderna” é estabelecer firmes ações de governo em defesa dos
valores democráticos nacionais, da ética e do combate à corrupção, dos direitos
das pessoas e de uma maior igualdade social, além de manter a população
informada das realizações governamentais. Isso significa fazer com que a
sociedade se sinta em grande quantidade parte de "algo maior" e
enxerguem no executivo respeito a conceitos supranacionais, existentes nas
verdadeiras democracias.
É
importante que essa ação de governo seja inclusiva e reúna os mais variados
grupos sociais, étnicos, religiosos e econômicos do país. Na verdade, a forte
promoção de ideais patrióticas pelo Estado leva à eventual criação de uma “mente
de colmeia” em favor do governo e que participaria de um “contra enxames
estratégico” em objeção a quaisquer insurgente ou ação visando a Tomada do
Poder de Forma Violenta.”[11]
A grande dificuldade para as autoridades e instituições dos Estados Democráticos, na atual
conjuntura, é de se ver presa pelo grande desafio de interpretar quando
intervir, ou não, na luta pelo Poder sem ferir o regime democrático.
Assuntos Relacionados:
- Gen Ex Pinto
Silva - Guerra de nova Geração. BRASIL e a Paz Relativa na Guerra Política
Permanente
Fonte de Consulta:
[1]
Os indivíduos estão trocando sua lealdade a nação pela lealdade a causas.
[2]
Fase de planejamento e preparação.
[3]
Que leva a um Conflito Interno Não Convencional.
[4]
Grupos reativos - conduzem sofisticadas campanhas de comunicação,
visando derrotar seus oponentes. Grupos Oportunistas - florescem
beneficiando-se de um vácuo que lhes permite tomar riqueza ou poder.
[5]
Obsessão, vírus.
[6]
Que pode levar a um Conflito Interno Não Convencional .na tentativa da tomada
violenta do Poder.
[7]
Oposição política cooptada para a violência.
[8]
“Guerras Híbridas: a abordagem adaptativa indireta com vistas à troca de regime”.
Andrew Korybko
[9]
Uma campanha midiática, planificada e constante no campo externo e interno
visando desacreditar, desmoralizar, as autoridades, os políticos ligados da
situação e ao próprio Presidente da República, com a intenção de desestabilizar
o governo e facilitar a tomada do Poder.
[10]
Caos
[11]
“Guerras Híbridas: a abordagem adaptativa indireta com vistas à troca de regime”.
Andrew Korybko
[12]Apresentação
Por Miguel Enrique Stédile https://medium.com/@expressaopopular/a-nova-guerra-fria-95de2dd4100f
2 comentários:
Um motivo para os indivíduos, mesmo sem ideologia marxista ou liberal, estarem recuando de sua lealdade à nação para a lealdade a causas foi terem descoberto que, do nobre ao burguês, do civil ao militar, a estrutura social brasileira está "aparelhada" pela Maçonaria e seus objetivos filosóficos secretos inviabilizando, pela desconfiança, qualquer projeto de união nacional. Não é válido o argumento isentista dos militares sobre a "pluralidade" da sociedade brasileira, pois uma sociedade secreta internacional não tem a mesma legitimidade do restante da sociedade nacional. Para garantir a lealdade à nação, segredos são admissíveis apenas nos serviços de inteligência para segurança nacional (não entregues a maçons).
Como pode um maçom pregar "lealdade à nação", enquanto a Maçonaria entrega o Brasil para o Haiti? A lealdade a uma causa é tentativa de criar uma nação de iguais como reação ante o globalismo diversitário maçônico.
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