Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Raimundo Ribeiro
“Nos últimos 20 anos, exercentes de atividade
política integrantes dos poderes executivo e legislativo são alvos de denúncias
(muitas verdadeiras, outras não). São tantas denúncias que a questão se
generalizou atingindo não apenas as pessoas, mas os próprios poderes.
O resultado disso é que político virou
sinônimo de bandido e os poderes (exercidos por políticos) perderam a confiança
da nação. Note-se que qualquer medida anunciada pelo estado é desobedecida por
parte considerável da população gerando obviamente uma confusão que rapidamente
poderá se transformar em convulsão. Essa falta de confiança que já tinha
atingido 2 poderes da república, agora chega ao 3o. Poder, o Judiciário.
Frases como “a justiça é caolha”, “a justiça
só enxerga quando quer” e outras se naturalizaram no seio da sociedade. E essa
desconfiança em relação ao Judiciário é mais grave do que em relação aos
poderes executivo e legislativo, pois enquanto estes últimos se reinventam por
meio do processo eleitoral imperfeito que dispõem, renovando-se periodicamente,
o Judiciário não dispõe de tal ferramenta para, por mecanismos próprios, se
corrigir.
Além disso, a desconfiança no judiciário
conduz ao caminho do caos, pois leva à desobediência dos seus atos muitas vezes
fantasiados de decisões judiciais. Dessa desobediência ao abismo de uma
convulsão social é um pulo, que sim, está prestes a se concretizar. O que fazer
para evitar essa tragédia anunciada é o grande desafio dos poucos que pensam no
país neste momento. Para não correr riscos de cometer atos irreversíveis,
forçoso analisar as razões que retiraram a confiança da população neste poder
que sempre se constituiu na última esperança de uma nação.
Primeiramente é importante salientar que a
revolta da população, apesar de atingir o poder como um todo por força da
generalização, é contra apenas alguns membros da sua cúpula. Os Juízes de
primeiro grau (que ingressam na magistratura por intermédio de concurso
público, sem qualquer tipo de ingerência) independente da generalização que se
faz, ainda gozam da confiança social, apesar das dificuldades que enfrentam,
mas ainda são olhados com respeito pela sociedade.
Já o mesmo não se pode falar de alguns
integrantes da cúpula. Feito este recorte, é necessário identificar os motivadores
da revolta. Alguns ministros, tendo o auxílio luxuoso da banda podre da mídia
nacional buscam culpar militantes ou militontos ideológicos que vão as portas
das casas xingar ministros, que vão a esplanada lançar fogos de artifícios no
prédio do STF, e que utilizam as redes sociais (que Umberto Eco, num passado
recente afirmou que daria voz aos imbecis) para proferir todo tipo de
impropério aos membros da cúpula. É evidente o caráter criminoso de tais atos,
afinal numa sociedade civilizada não se pode admitir que as pessoas sejam
xingadas e até ameaçadas no exercício de suas funções (mesmo quando exercidas
de modo incorreto).
Merecem ser identificadas, processadas,
julgadas e, se for o caso, condenadas ao cumprimento da pena imposta. Mas
claro, observando-se o devido acatamento aos estritos limites legais e não como
está sendo feito agora onde se usa e abusa do poder impondo prisões
antecipadas, realizando buscas e apreensões sem sentido, impondo restrições à
liberdade antes de sequer se saber se a acusação resultará numa pena
constritiva de liberdade, processos conduzidos por autoridades incompetentes
para o caso e mais inúmeras ilegalidades que obrigariam o Stanislau Ponte Preta
escrever pelo menos mais 10 volumes da sua imortal obra intitulada FEBEAPÁ.
Mas apesar do esforço de alguns ministros,
aliados neste caso a banda podre da mídia nacional, os ataques generalizados ao
STF não ocorrem por causa dos militantes/militontos ideológicos. Eles apenas
encontraram nos seus atos, fantasiados de decisões judiciais, um campo fértil
para dar vazão a sua revolta. Repito: devem ser repudiados nos seus atos, mas
nos estritos limites da legalidade. Na verdade, os culpados por todos os
ataques desferidos de modo generalizado (e a generalização é um erro grave) são
alguns ministros que, despreparados para a alta função que lhes foi outorgada,
cometem ilegalidades usando indevidamente o poder inerente a função para dar
vazão a seus instintos autoritários e mostrar a sua horrorosa faceta de
arrogância, alimentada por um pernicioso ego narcisista. Os
militantes/militontos não agem, apenas REAGEM aos seus desmandos.
Isto posto e antes que o dia de fúria se
concretize, o que esperamos que não aconteça, imperioso que um surto de lucidez
sopre naquela Casa, interrompa a marcha da insensatez que impulsionaram e se
limitem apenas a fazer o que a função lhes impõe, isto é, atuem com serenidade,
sensatez, temperança e submissos aos limites estreitos da lei. Talvez seja
pedir muito num meio em que a arrogância é a principal ferramenta, mas quem
sabe se nesta pandemia, o véu que encobre a visão caia por um momento e neste
momento a lucidez se faça presente e eficiente. Alguns certamente ignoram os
sinais vindos das ruas e nada farão; mas não poderão, num futuro próximo,
alegar que não sabiam que o Titanic já arranhava o iceberg. Com a palavra, o
tempo.”
Raimundo Ribeiro é
advogado da União aposentado.
2 comentários:
Quando o dia da furia chegar vou rir muito destes aposentados nababos que militam no teclado no ar condicionado de suas casas.......vão virar cidadãos comuns kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Acabado a pandemia vamos assistir o dia da furia....e serão tempos de furia... e ai carecas poderosos e cabeludos, ladroes pequenos e grandes.. todos serão iguais aos demais cidadãos...só há uma maneira de fazer a igualdade juridica no pais... derrubar tudo de modo que não exista muros pra subir...a lei vai ser o braço de cada um...os jornais do ódio não terão leitores... as jornalistas não terão onde vender seus furos...os politicos não terão onde pedir votos... os juizes não terão processos para vender sentenças liminares e habeas...não haverá comida nos mercados..e nem haverá hospitais porque roubaram tudo....mas nada servira o dinheiro roubado se não houver civilização...Estes vermelhos que destroem a civilização nem percebem que sem civilização para nada serve o dinheiro...e onde não tem comida um mato crescido no solo vale mais que qualquer dinheiro.....
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